Rússia anuncia “redução drástica” de ataques a Kiev e muda foco da guerra na Ucrânia

Rússia
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a primeira redução de ataques sem motivação humanitária desde o começo da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro. A pasta diz que vai “reduzir drasticamente a atividade militar em torno de Kiev e Tchernihiv”.

A motivação oficial é facilitar as negociações de paz que recomeçaram em modo presencial em Istambul, com a presença do próprio presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta terça (29). Mas a medida, se vingar, também dá tempo ao Kremlin para adaptar seu discurso sobre a guerra e permitir a Vladimir Putin tentar cantar vitória na criticada ação.

Os negociadores ucranianos fizeram a oferta de neutralidade militar -um dos objetivos centrais da Rússia no conflito, evitar a entrada da vizinha na Otan, a aliança militar ocidental. Demandam para tanto o fim das hostilidades e a retirada de forças russas.

Em troca, pedem garantias externas de segurança, algo bastante incerto em sua forma, mas que segundo o assessor presidencial Mikhailo Podoliak significaria uma proteção análoga à que membros da Otan dão uns aos outros. A Turquia, misto de rival e aliada de Putin e simpática ao governo de Volodimir Zelenski em Kiev, é uma candidata -mas também é da aliança ocidental, o que dificulta a equação.

A presença de Erdogan nas conversas no magnífico palácio otomano de Dolmabahçe, contudo, coloca um peso até aqui inédito na tratativa. Entre os negociadores estava o bilionário russo Roman Abramovitch, que vinha agindo por fora e até foi supostamente envenenado por opositores da paz, um episódio obscuro ainda.

Os ucranianos também aceitam discutir em 15 anos o status da Crimeia, região histórica russa anexada por Putin em 2014. Não há consenso divulgado sobre o Donbass, o leste do país ocupado por separatistas pró-Rússia na guerra civil iniciada naquele mesmo ano, mas Zelenski já sinalizou aceitar o debate.

Já o ministro-adjunto da Defesa russo Alexander Fomin disse que o cessar-fogo parcial visa “aumentar a confiança mútua e criar condições para negociações futuras para alcançar o objetivo de assinar um acordo de paz com a Ucrânia”.

Com informações da Folhapress

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