SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A onda de calor que estacionou na América do Sul na última semana matou cerca de 400 mil galinhas no Uruguai, ocasionando uma perda estimada de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões, na cotação atual), de acordo com o produtor e presidente da APAS (Associação de Produtores Avícolas Sul), Joaquín Fernández.
Em entrevista ao jornal local Subrayado, Fernández afirmou que este número representa de 10% a 20% da produção nacional e que o nível da perda é histórico. “É a primeira vez que algo assim acontece. Estou no setor há 43 anos e nunca tinha vivido isso”, disse.
No Uruguai, os termômetros de Montevidéu atingiram a marca de 41,2 ºC no dia mais quente (14 de janeiro), enquanto a temperatura em Florida chegou a 44 ºC, equivalente ao recorde registrado em 20 de janeiro de 1943, segundo informou o MetSul.
Ainda de acordo com o produtor, as altas temperaturas implicam diretamente no funcionamento do organismo das galinhas, que não têm glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção do suor (que atua na termorregulação do corpo). Deste modo, as aves não conseguem respirar e acabam morrendo. Apesar da situação, Fernández garantiu que não haverá desabastecimento no país.
Uma onda de calor fora do comum deve atingir o centro da América do Sul nesta segunda semana de janeiro, afetando principalmente a Argentina e o Uruguai, mas também chegou a elevar as temperaturas no Rio Grande do Sul.
No Uruguai, o Inumet (Instituto Uruguaio de Meteorologia) informou que entre os dias 13 e 14 de janeiro, várias estações meteorológicas ultrapassaram os valores históricos registrados para o mês.
Na Argentina, grande parte do país viu os termômetros ultrapassarem a marca dos 40 °C, também quebrando recordes de temperaturas em diversas estações meteorológicas do país. Na cidade balneária de Mar del Plata as temperaturas chegaram a 41,9 ºC, a maior marca desde 1957, quando os termômetros registraram 41,6 ºC.
Apesar da onda de calor, desde segunda (17) o Uruguai vem enfrentando fortes chuvas que estão ocasionando transtornos. Na manhã de segunda, a chuva intensa fez com que várias ruas de Montevidéu ficassem inundadas a ponto de carros que estavam estacionados serem arrastados pela água.
Nove departamentos do leste e norte do Uruguai estão sob alerta amarelo devido por “tempestades e chuvas persistentes”. Às 12h30 (hora local e de Brasília), a temperatura em Montevidéu era de 22,8 ºC. No norte do país, os termômetros chegaram a marcar 25 ºC.
O porta-voz dos Bombeiros da capital, Pablo Benítez, disse à Agência Efe que foram recebidas pela corporação centenas de ligações de pessoas pedindo para serem resgatadas.