Alguns dos maiores ícones do capitalismo ocidental anunciaram ontem (8) a suspensão de suas atividades na Rússia, engrossando as pressões econômicas contra Moscou após uma série de manifestações de descontentamento em todo o mundo.
McDonald’s, Coca-Cola, PepsiCo e Starbucks, entre outras, informaram que não devem operar no país por tempo indeterminado, seguindo o caminho de companhias do setor de óleo e gás e de outras marcas famosas, como Ikea e Levi Strauss & Co.
No mesmo dia dos anúncios, e procurando amenizar sanções que começam a prejudicar o abastecimento de lojas e supermercados russos, o presidente Vladimir Putin foi à televisão anunciar um amplo pacote de ajuda à população mais pobre.
O objetivo é compensar perdas que pensionistas do Estado vêm sofrendo no poder de compra com a desvalorização do rublo e a consequente inflação, além de reforçar programas sociais que atendem a cerca de 19 milhões de russos (ou 13% da população) abaixo da linha de pobreza, segundo critérios do Banco Mundial.
Com as medidas, expostas num documento de 39 páginas, Putin procura neutralizar parte do descontentamento que se espalha entre o povo russo como resultado das sanções ocidentais – que ajudam a alimentar ondas de manifestações que já deixaram mais de 10 mil detidos. O líder já chegou a comparar as punições a uma declaração de guerra.
Entre as companhias que suspenderam negócios na Rússia nesta semana, a decisão do McDonald’s é a que tem maior peso simbólico.
A rede de lanchonetes baseada em Chicago começou a operar na então sisuda praça Púchkin, em Moscou, em 31 de janeiro de 1990, menos de três meses após a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989 –e antes mesmo, portanto, do fim do império soviético, cujas repúblicas se dissolveram em dezembro de 1991.
Com informações da Folhapress