Em protestos no nordeste da Índia, por causa de uma lei controversa que concederá a cidadania a milhões de migrantes ilegais, seis pessoas morreram. Quatro por tiros da polícia. Neste domingo (15), houve novos protestos com o exército que patrulha as ruas.
As autoridades mantêm o corte da internet e o toque de recolher em algumas áreas da região. O epicentro das tensões é Guwahati, a maior cidade do estado de Assam. Cerca de 5.000 pessoas participaram das manifestações, com centenas de policiais assistindo. Segundo as autoridades, a produção de gás e petróleo no estado foi afetada pelos protestos.
O movimento protesta contra a chamada Lei de Emenda da Cidadania (CAB), que facilitará o acesso à nacionalidade de migrantes de países vizinhos. Os manifestantes temem que a lei provoque um fluxo migratório de refugiados hindus de Bangladesh para a região.
O parlamento indiano aprovou na quarta-feira o polêmico projeto de lei que autoriza conceder a nacionalidade indiana a migrantes procedentes de certos países, desde que não sejam muçulmanos, e que entraram ilegalmente no país antes de 31 de dezembro de 2014.
Já grupos islâmicos, partidos da oposição e organizações de direitos civis consideram a nova lei como mais um passo na agenda nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi para marginalizar os 200 milhões de muçulmanos do país.
Em Assam, quatro pessoas morreram em um hospital após serem baleadas pela polícia e outra morreu quando a tenda onde dormia foi incendiada. A sexta vítima morreu espancada durante os protestos, segundo a polícia.
(Texto: Julisandy Ferreira com informações da Isto É)