SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bombeiros de Seul, na Coreia do Sul, divulgaram um alerta no mínimo inusitado às vésperas do Ano-Novo: gatos foram considerados culpados por pelo menos 107 incêndios na cidade ocorridos entre janeiro de 2019 e novembro de 2021.
De acordo com o Departamento Metropolitano de Incêndios e Desastres de Seul, em 52 casos o fogo começou quando os donos dos animais não estavam em casa. Entre os incidentes mais frequentes, estão os ligados a fogões elétricos por indução.
Embora seja considerado mais seguro que os modelos tradicionais justamente por não produzir fogo, o fogão por indução, segundo os bombeiros, pode ser acionado acidentalmente por um gato. E todo dono de felino sabe que não há espaço na casa que seja inalcançável para um gato -a menos que se tomem medidas específicas para isso, é claro.
Assim, mesmo sem chamas acesas, a aventura de um gatinho pela cozinha pode iniciar um incêndio a partir de objetos inflamáveis deixados próximos ao fogão por indução. Nos incidentes registrados em Seul, ao menos quatro pessoas ficaram feridas e, em um número não especificado de casos, os próprios bichanos acabaram se tornando vítimas.
“Incêndios iniciados por gatos continuam a ser relatados nos dias de hoje”, disse Chung Gyo-chul, porta-voz dos bombeiros de Seul, ao jornal Korea Herald. “Aconselhamos os donos de animais de estimação a prestar atenção extra, pois o fogo pode se espalhar amplamente quando não há ninguém em casa”.
O problema não se limita à Coreia do Sul. De acordo com o jornal Washington Post, os Estados Unidos registram diariamente quase três incêndios provocados de alguma maneira por animais de estimação. O levantamento é da Associação Nacional de Proteção contra Incêndios, que não especifica qual porcentagem é atribuída aos gatos.
Instituições americanas costumam fazer campanhas de conscientização para prevenção contra incêndios e proteção de animais de estimação. A Cruz Vermelha, por exemplo, orienta os donos de pets a removerem botões dos fogões e a protegê-los com tampas sempre que saírem de casa.
Outra dica é trocar as velas tradicionais por modelos à bateria, que não produzem chamas. Segundo a instituição, é relativamente comum que os gatos espalhem fogo pela casa ao terem suas próprias caudas acidentalmente incendiadas pela chama de uma vela. Além disso, o movimento do fogo naturalmente atrai a curiosidade dos felinos que, mesmo sem queimarem a casa, podem sofrer ferimentos graves.
Os gatos, porém, não são os únicos animais a iniciarem incêndios sem querer. Em Essex, na Inglaterra, dois casos no mesmo mês chamaram a atenção das autoridades. Era dezembro de 2019 quanto uma tartaruga de 45 anos derrubou um aquecedor e deu início às chamas enquanto os proprietários estavam fora de casa.
No outro caso, um cachorro de alguma forma conseguiu acionar o micro-ondas, onde havia um pedaço de pão que pegou fogo depois de exposto a vários minutos de altas temperaturas. As chamas se espalharam pela casa e, felizmente, dispararam um alerta no celular do proprietário, que havia instalado um sistema de monitoramento. Tanto a tartaruga quanto o cachorro escaparam sem ferimentos.
Mas a relação entre animais de estimação e incêndios nem sempre é uma tragédia. Em alguns casos, é exatamente o oposto disso. Em 2017, um gato salvou a família no Canadá ao acordar o dono com mordidas no braço assim que as chamas começaram a se espalhar pela casa.