Alemanha anuncia lockdown parcial para não vacinados contra a COVID-19

reforço - VACINA
Foto: Saul Schramm

A Alemanha anunciou nesta quinta-feira (2) restrições para as pessoas que não se vacinaram contra a COVID-19. Na prática, quem não tiver se imunizado nem se recuperado recentemente da COVID-19 viverá em um regime de lockdown parcial.

De acordo com as medidas de restrição anunciadas, residentes da Alemanha que não foram imunizados só poderão ter acesso a estabelecimentos de serviços essenciais, como mercados, farmácias e padarias.

A decisão foi tomada em uma reunião entre o governo federal e as administrações estaduais, a última presidida por Angela Merkel, que no próximo dia 8 passará o bastão para o líder social-democrata e atual vice-chanceler alemão, Olaf Scholz.

A Alemanha vai estender o sistema conhecido como 2G — que permite acesso a locais de lazer apenas para vacinados ou recém-curados — para todo o território nacional. “Locais de cultura e lazer ficarão abertos apenas para vacinados ou curados”, disse Merkel, acrescentando que a regra também valerá para o comércio não essencial. “A situação do nosso país é grave”, explicou a chanceler, que classificou a nova medida como um “ato de solidariedade nacional”.

A tensão para conter o avanço da pandemia já afetava o país com a aproximação do inverno e se agravou com a recém-descoberta variante ômicron do novo coronavírus.

O Parlamento vai debater uma lei para tornar obrigatória a vacinação contra o novo coronavírus, medida já anunciada pela vizinha Áustria e que é defendida por Scholz.

Vivendo um período de transição de governo, o país enfrenta o pior momento da pandemia em termos de novos casos. A taxa de vacinação é de pouco menos de 70% da população, se aproximando da média da União Europeia, mas é inferior a de países como Portugal e Irlanda.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a Alemanha é o segundo país no mundo com mais contágios nos últimos 28 dias (1,3 milhão), atrás apenas dos Estados Unidos (2,4 milhão).

Já o número semanal de mortes — foram 1,83 mil óbitos na semana passada — é o mais alto desde o início de março. Virologistas atribuem a quarta onda de Covid, que se espalha na Europa e pode sobrecarregar as unidades de tratamento intensivo, à resistência de uma grande parcela da sociedade à vacinação. Eles também criticam políticos por agirem tarde demais.

(UOL/FOLHAPRESS)

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