No domingo (26), a temperatura em Kodiak, no Alasca, atingiu a marca de 19,4°C, estabelecendo um novo recorde para o estado que é conhecido por sua vastidão de neve e geleiras.
A marca é quase de 12° C mais quente do que o último recorde registrado no estado, de 7,2°C, estabelecido em 26 de dezembro de 1984. As informações são do Washington Post. Ainda no último dia 26, outras cidades registraram temperaturas recordes. Em Cold Bay, foi registrada uma temperatura máxima de 16,6°C; em St. Paul, foram 5,5°C.A análise URMA (temperatura máxima) mostra o ponto quente em Kodiak, Alasca, surpreendentemente na marca de 60°F [19,4° C] no domingo [27]. Como isso aconteceu?
O calor também trouxe umidade recorde ao Alasca, com totais de precipitação de alto nível, graças à capacidade do ar de transportar mais umidade. A onda contínua de calor está ligada a uma cúpula extensa de alta pressão estagnada localizada a sudeste das ilhas Aleutas, no nordeste do Pacífico. Isso é furioso. Kodiak, no Alasca, atinge 65 graus Fahrenheit [19,4°C] hoje [26], 20 graus Fahrenheit (cerca de 12° C) mais quente que o recorde anterior. Não é a média deles. É o seu recorde. É como ganhar 5K [5 mil] por dez minutos. Outras estações próximas registraram temperaturas similares.
Foi a temperatura de inverno mais quente já registrada. Junto com a cúpula de calor de dezembro, o Alasca viu outra grande mudança durante a época atípica no ano: as chuvas fortes. Fairbanks, no Alasca, teve seu dia mais chuvoso de dezembro na história registrada neste domingo (26), sendo que a chuva nesta época do ano é quase inédita para a região. Estudos sugerem que o derretimento do gelo marinho é a razão pela qual o Ártico está esquentando a uma taxa quatro vezes mais rápido do que o resto do mundo.
Embora vários registros de alta temperatura tenham caído em 2021 nos Estados Unidos e no mundo, 2021 foi um ano especialmente quente no Alasca momento inédito.
As temperaturas excepcionalmente altas e as chuvas causaram estragos nas estradas do estado. O clima ameno derreteu a neve e o gelo, que rapidamente voltaram a congelar nas estradas graças às temperaturas da superfície bem abaixo de zero. A encosta norte do Alasca está experimentando o maior aquecimento climático induzido pelo homem, com ecossistemas inteiros em risco em meio às mudanças abruptas no bioma e no meio ambiente.
De acordo com a National Oceanic Atmospheric Administration (NOAA, na sigla em inglês), o Alasca está aquecendo mais rápido do que qualquer outro estado dos EUA e duas vezes mais rápido do que a média global desde meados do século XX.
lf (Reuters)