Palco em que Eduardo Neves começou no esporte completa 16 anos em situação sofrível
Reivindicação dos skatistas na época, a pista do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, foi inaugurada em 2005. Era, então, considerada uma das mais modernas no Brasil, mas atualmente o espaço sofre com a deterioração.
O local, que completa 16 anos, nunca passou por uma reforma efetiva e, com isso, a situação se tornou preocupante para aqueles que praticam o esporte, pois o chão está cheio de buracos e áspero.
Eduardo Neves, que recentemente tentou a vaga olímpica, mas não foi bem na seletiva nos Estados Unidos, e ficou longe do pódio no Mundial de Street, na Itália, iniciou sua trajetória na modalidade na pista do parque. Para o sulmato-grossense, o espaço tem um valor sentimental, mas com o tempo se tornou difícil treinar no local, pois as pistas oficiais, de competições, se modernizaram e a do parque passou a ter diversos problemas.
“É uma das pistas que mais gosto, porque tive minhas primeiras manobras, mas está cheia de defeitos, como o chão que já está aparecendo a brita e os obstáculos que estão antigos. Acredito que é necessário uma reforma, faz nove anos que estou ali e nunca vi uma”, afirmou o atleta que, hoje, está na seleção brasileira. Desde 2019, ele mora e treina em Curitiba-PR. O atleta teve as viagens ao exterior bancadas pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul).
Segundo o presidente da ASMS (Associação de Skate de Mato Grosso do Sul), Reynardt Peralta, de 33 anos, a pista não tem uma boa qualidade e no atual momento não pode receber competições. “Nunca vi uma reforma por parte do governo, nós skatistas sempre fazemos vaquinha e fazemos pequenos reparos. Passamos três camadas de tinta para o chão ficar um pouco mais liso”, relatou Peralta.
De acordo com o presidente, a superfície está desgastada, e isso gera três problemas: o primeiro é que o skate precisa de uma boa fluidez, e pelo atrito perde a velocidade. O outro problema é que o material acaba quebrando, o que gera um custo maior para os atletas. E o mais grave são as lesões, pois é comum que o skatista caia com frequência durante a prática.
A segunda pista oficial de Campo Grande é na Orla Morena, que no ano passado até abriu licitação para reforma, mas que nunca aconteceu. Mesmo que as obras aconteçam no local, a pista de skate não será contemplada. Conforme Peralta, a situação no espaço é ainda pior, porque ao lado tem quadras de areia, e com a chuva o espaço fica com barro. “Estamos tentando parceria com a Funesp [Fundação Municipal de Esporte], mas até o momento não tivemos resposta. Dependendo do dia é a pista com maior número de pessoas andando, por ser mais central.”
Go Skateboarding Day
No dia 21 deste mês será realizado o Go Skateboarding Day (Dia Mundial do Skate). Em razão da pandemia de COVID-19, os eventos serão on-line. Do dia 1° até 15 de junho, atletas de Mato Grosso do Sul podem postar vídeos no Instagram com a #goskatedayms2021. No dia 20 de junho será realizada uma live no perfil da associação, premiando os melhores em cada categoria. Além disso, na live terá sorteio de produtos para os participantes. Por conta da pandemia, o último evento que Campo Grande recebeu de skate foi o Go Skateboarding Day em 2019.
(Texto: Alex Nantes)