Edinéia Camargo, de 30 anos, é destaque do Kung Fu não só em Mato Grosso do Sul, mas também a nível nacional. A campo-grandense eleita a melhor atleta de Sanda de 2019 pela CBKF (Confederação Brasileira de Kung Fu) pela terceira vez consecutiva trouxe para o Estado uma homenagem e diversas medalhas, obtidas dentro e fora do Brasil.

Uma delas foi o bronze que conquistou no mês de outubro em Shangai, na China, durante 15º Campeonato Mundial de Kung Fu Wushu. O evento contou com a participação de 102 países. Uma chinesa e uma indiana levaram a melhor. “Na minha categoria, que é a leve, tem um número muito grande de mulheres asiáticas. Na minha chave lutei contra três e ganhei duas delas, por isso estou feliz”, diz em entrevista ao jornal O Estado.

Ela explica que o grau de dificuldade nessa situação é alto, já que para os asiáticos a modalidade é seu ‘futebol’. “Quando se trata de campeonato internacional é bem difícil para nós, porque o Wushu é um esporte profissional lá, integra os Jogos Asiáticos. A estrutura deles e o período de treinamento é completamente diferente do nosso. Então quando vamos para uma competição dessa sabemos que vai ser difícil”, complementa Edinéia.

Fora do país, ela já havia passado pelo 8º Copa Sul-Americana de Kung fu Wushu, realizada em La Paz, na Bolívia, no mês de julho. Lá ela conquistou sua quinta medalha de ouro na categoria. Em setembro levou o nono título do Brasileiro da modalidade, que aconteceu em setembro, em Bombinhas (SC). “É você realmente ter foco, treinar e estudar bastante. Não é só o treino físico que conta, mas também a estratégia. É você saber que os adversários estão treinando seis horas por dia nos outros países”, fala.

Como a maioria dos atletas, ela trabalha para conseguir se manter. Formada em Educação Física, Edinéia dá aulas de luta e nas horas vagas atua como personal trainer. Isso para complementar a renda da bolsa estadual, que a auxilia com R$871,29. Por não praticar esporte olímpico, não conseguiu a ajuda federal. “Há mais de três anos não abre vaga para esporte não olímpico. Talvez eu não seja mais atleta quando isso acontecer, é meu sonho ver minha modalidade lá”, comenta.

Para 2020, a atleta almeja uma medalha na Copa do Mundo de Kung Fu, na qual já tem vaga garantida. “É uma competição de elite da minha modalidade, em que estão os melhores do mundo. Vou treinar muito para me sair bem e fazer de tudo para conseguir subir mais um ‘degrauzinho’ do pódio”, finaliza.

(Texto: Danielle Mugarte)