A histórica Prova de Canoagem Santa Delfina chegou à 33ª edição nas águas do Rio Aquidauana, no último sábado (30.11). Considerada a mais antiga do Brasil, a disputa foi referente à quinta etapa do Campeonato Estadual da modalidade, que encerrou a temporada 2019. Ao todo, 63 canoístas estiveram no Portal do Pantanal para o certame.
A prova foi realizada pelo Clube de Canoagem de Aquidauana, com supervisão da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul (FCaMS), teve a parceria da Prefeitura de Aquidauana, por meio da Fundação de Esportes do município (Fema) e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. A Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte) deu apoio à competição, junto à Empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul (Sanesul) e ao 1º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Aquidauana.
Pioneirismo e tradição
A canoagem em Mato Grosso do Sul praticamente nasceu no Rio Aquidauana. No Estado, a modalidade foi iniciada por profissionais de educação física de Campo Grande, que se deslocavam à cidade pantaneira para remar. Da Capital, os precursores foram José Carlos Zanolo, Ubiratan Dalmati, José Loureiro (Zelão) e Arthur Padial.
“Foram essas pessoas que compraram os primeiros caiaques no Estado, que, na época, só vinham de fora. Eles eram campo-grandenses, mas como Campo Grande não tinha local para remar, eles iam para o Rio Aquidauana, no distrito de Palmeiras e na própria Aquidauana, locais propícios por serem próximos à Capital”, destaca o presidente da FCaMS, Rafael Girotto. Posteriormente, em Aquidauana tomaram a frente da modalidade Roberto Girotto, Valtemir Nogueira e Fauzi Suleiman.
Em 1987, com a realização da Feira do Peixe, em Aquidauana, o grupo pioneiro de canoístas foi convidado a fazer uma prova de canoagem para celebrar o evento. Após procurarem saber a respeito da história do Rio Aquidauana e dos pescadores da região, descobriram que a primeira embarcação a navegar naquelas águas chamava-se Santa Delfina, um navio cargueiro, a vapor, que trazia mantimentos aos moradores da então Vila de Aquidauana.
“Esse grupo, junto à Prefeitura na época, decidiu batizar essa prova de Santa Delfina, em homenagem à embarcação. Um ano depois, foi criada a Federação de Canoagem do Estado e, consequentemente, o primeiro Campeonato Estadual. Desde então, a prova Santa Delfina sempre se manteve no calendário oficial da canoagem sul-mato-grossense, tornando-se hoje a prova mais antiga do Brasil, que acontece há mais tempo sem interrupções”, relata Girotto.
Inicialmente, a largada era em Palmeiras, distrito de Dois Irmãos do Buriti, e chegava à Prainha de Anastácio. Com o passar dos anos, por questões de logística, o percurso diminuiu até chegar ao formato atual, organizado em 16 quilômetros, com início no distrito de Camisão e chegada na Ponte Velha, em Aquidauana.
“Santa Delfina é uma prova que tem um glamour. Fazendo uma analogia com as competições de rua, pode ser comparada à São Silvestre, por exemplo. É uma prova que sempre encerra o Campeonato Estadual e o calendário. Então, tem a parte competitiva por ser final de campeonato, vale pontos, mas muitos atletas que não estão brigando pelo título fazem questão de ir à Santa Delfina para participar, porque, acima de tudo, é uma grande confraternização, momento no qual todos os praticantes de canoagem se encontram para descer o Rio Aquidauana, historicamente importante à modalidade”, finaliza Girotto.C
(Fundesporte)