Com as atividades paralisadas desde o início da pandemia, algumas escolinhas de futebol da Capital temem baixas após a retomada esportiva. Paulo Nonato de Souza, coordenador da Escolinha Chute Inicial Corinthians Funlec, falou sobre a delicadeza e as incertezas deste período na organização. “O momento tem sido bastante complicado; estamos paralisados aqui. Em São Paulo há todo o cuidado com a saúde e o retorno é bastante delicado, pois ao mesmo tempo que algumas escolinhas querem retornar, algumas voltam a cancelar as atividades em virtude da situação pandêmica, temos de aguardar”, disse o coordenador.
Instalada em Campo Grande desde outubro do ano passado, a escolinha é uma das 110 unidades das categorias de base da equipe do Corinthians espalhadas pelo país; aqui a parceria entre o clube paulista e a Funlec conta com cerca de 89 jovens, distribuídos desde a categoria sub-5 até a sub-17.
De acordo com Souza, a unidade tem sido procurada mesmo durante a pandemia, mas considera natural que ocorra queda no número de alunos após a retomada. “Sabemos que após a retomada muita gente vai dar uma segurada, reconhecemos que aqui, o esporte em geral não recebe muito fomento, não vemos muito interesse”, justifica o coordenador, que afirma que a instituição tem planos para ser reaberta no próximo dia 3 de agosto.
Perguntado sobre a redução no quadro de funcionários, Souza afirma que o clube não dispensou ninguém; pontua que os três treinadores da equipe permanecem vinculados, e afirma que durante esse período houve algumas negociações salariais a fim de evitar justamente a redução do quadro de trabalhadores. “Negociamos os vencimentos dos treinadores, mas não dispensamos ninguém. Além disso, imaginávamos que após o mundial da França em 2018 fossemos contar com um aumento no número de meninas, mas isso não aconteceu”, disse Souza. “Dos 89 jovens matriculados na escolinha, temos apenas 6 meninas.”
Justamente com o intuito de angariar novas filiações e, segundo Souza, fomentar a modalidade em Campo Grande, o Chute Inicial Corinthians Funlec dispõe de taxas menores tanto para alunos da instituição quanto para os goleiros e as meninas; ambos pagam R$ 80 mensais. Atletas que não se enquadram nesses quesitos desembolsam R$ 120 por mês.
A escolinha, assim como as demais unidades, elaborou um plano de segurança e higiene a ser utilizado no retorno das atividades, previstas para retornarem no início de agosto. De acordo com o coordenador, cabe às autoridades sanitárias locais de cada município avaliarem as ideias postas pelo clube e deliberarem o retorno.
Chelsea Brasil voltou aulas com protocolo de segurança
Já o Chelsea Brasil MS teve suas atividades retomadas no dia 28 de abril, e desde então tem conseguido administrar as aulas durante a pandemia. Um dos coordenadores e treinador do projeto, Murilo Moreira, falou sobre a volta e as baixas no número de alunos. “Retornamos dia 28 de abril, contudo, o número de atletas está reduzido em apenas 30 por cento do total; anterior à pandemia contávamos com cerca de 300 atletas, hoje somos em torno de 90”, disse.
Segundo Moreira, as atividades realizadas pelo Chelsea Brasil MS receberam o aval da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) e seguem alguns protocolos de segurança para zelar pela saúde de todos os envolvidos nas práticas. “Os professores têm de estar de máscara e luvas, cada aluno tem de levar sua bola, os pais de atletas também têm de permanecer com a máscara”, justifica Moreira. De acordo com o técnico, a escolinha, que atende desde o sub-7 ao sub-17, teve de dispensar três funcionários e reduzir os vencimentos mensais daqueles que permaneceram vinculados à organização. Moreira recorda que no próximo dia 1º de agosto treinadores de todo o Estado se reúnem para tratativas sobre a Associação dos treinadores de Base de Futebol e Futsal de Mato Grosso do Sul, que visa fortalecer o setor.
(Texto: Alison Silva)