O Palmeiras vai deixar de levar mais de R$ 20 milhões em bilheteria em relação ao que estimava para 2019. As eliminações no mata-mata e a disparada do Flamengo na liderança fizeram as arquibancadas do Allianz Parque ficarem mais vazias e ajudaram o Alviverde a fechar suas contas nos últimos meses no vermelho.
O balancete de agosto, por exemplo, teve um prejuízo parcial de R$ 33 milhões. Deste total, R$ 6 milhões já correspondiam à previsão com venda de ingressos que não foi alcançada. Além disso, o valor negativo aumenta por pagamentos de dívidas de gestões anteriores, como a de cerca de R$ 10 milhões com o ex-meia Lincoln.
Em 2018, o campeão brasileiro conseguiu pouco menos de R$ 80 milhões em venda de bilhetes, com uma ocupação de quase 75% dos espaços em seus jogos. Contabilizando todas as partidas de 2019 até aqui, a arrecadação total foi de R$ 52,6 milhões, com ocupação inferior a 70%.
O Alviverde ainda tem mais três partidas em casa, mas é impraticável que a arrecadação bata o valor estimado. Se mantiver a média, as contas do Palmeiras receberão pouco menos de R$ 6 milhões pelos jogos contra Grêmio, Flamengo e Goiás, o que faria a diferença da temporada ser de mais ou menos R$ 22 milhões.
É provável, no entanto, que a equipe paulista arrecade ainda menos que sua média na temporada pelo desinteresse no campeonato, além do obstáculo de ter o ticket médio mais alto do país. Em sua defesa, a gestão cita que 2019 foi a temporada com mais promoções de venda visando públicos feminino, infantil e família.
As quedas no mata-mata são os principais motivos para o buraco no orçamento. São nos jogos mais importantes que o clube fatura mais. Em 2018, por exemplo, foram mais de R$ 8 milhões somando os dois duelos contra o Boca Juniors, pela fase de grupos e depois, no mata-mata. Já a final da Copa do Brasil de 2015 contra o Santos rendeu mais de R$ 5 milhões.
Uma das medidas sugeridas a Maurício Galiotte para compensar este problema foi a diminuição no preço dos ingressos, atraindo mais gente para o Allianz Parque. O presidente, no entanto, argumenta que não consegue reduzir de forma substancial para não prejudicar os sócios-torcedores que pagam os planos mensais e têm ingressos garantidos.
Outra sugestão que foi acatada por Galiotte foi a implantação do gramado sintético. Com a mudança, a equipe imagina sair menos do Allianz Parque em jogos fundamentais como o contra o Grêmio pelas quartas de final da Libertadores.
Apesar do problema, o Alviverde é o terceiro que mais arrecada do país, atrás do Flamengo e do Corinthians. O Alvinegro tem o agravante de não contar com essa renda por conta das dívidas pelo estádio. Internacional e São Paulo, que vêm logo atrás no ranking, têm arrecadação inferior a R$ 40 milhões. (Uol)