Diretores alegam lado financeiro; atletas e treinadores defendem paralisação
A sequência do Sul-Mato-Grossense divide opiniões entre treinadores e atletas. O campeonato que chega à fase de quartas de final prossegue no fim de semana. A decisão foi tomada na segunda-feira (16), na sede da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, em reunião que discutiu a possível suspensão das partidas devido a incidência do Covid-19. Os clubes votaram pela continuação com os jogos de portões fechados á torcida.
Entre os diretores, o lado financeiro foi preponderante para a tomada de decisão. A CBF paralisou todos os campeonatos sob sua chancela, no entanto, paralisações estaduais competem às federações.
Estevão Petrallás, presidente do Operário, disse a reportagem do jornal O Estado, nesta terça-feira (17), que a maioria dos dirigentes decidiu dar seguimento ao campeonato. “O correto seria parar tudo, mas como nós temos problemas de contrato com atletas, parar a competição causaria tumulto financeiro ao clube”, pontua o diretor.
Valter Mangini, presidente do Comercial, declarou que paralisar o torneio causaria prejuízo financeiro ao clube. “Acredito não ser necessário paralisar o torneio. Por hora, prosseguimos com a competição, visto que podemos ter prejuízos financeiros mais à frente”, alega o comercialino.
João Félix, dirigente da Serc, também cita a necessidade de prorrogações contratuais em caso de paralisação como ônus aos clubes caso o torneio tiver jogos adiados. “Não sou favorável a nada, devemos nos cuidar e tentar tocar a vida”, relata o cartola, para quem a pandemia ainda não atingiu o seu auge.
Técnicos de Comercial e Crec são a favor da paralisação; No Águia, treinador é favor da torcida no estádio
Robson Mattos, treinador do Comercial, demonstrou indignação com a decisão dos dirigentes. “Sou totalmente contra a sequência nesses parâmetros. Além do que, seguir o torneio sem a presença da torcida não faz sentido. Não tem condição de manter a equipe na competição, não entra.”, enfatiza o comandante. Sobre os jogos diante do Operário serem realizados sem torcida, Mattos isenta a FFMS. “Para mim é a morte do futebol e só mostra o despreparo dos dirigentes”, falou o técnico colorado.
Por parte do Costa Rica, treinador e atletas também são contrários a continuidade do certame. “Mesmo sem torcida, não podemos evitar o contato entre os atletas; gostaria que o campeonato paralisasse para a segurança de todos. A escolha de continuar torna os jogadores reféns da competição”, fala Gugu. O lateral-esquerdo afirma que os atletas não devem se omitir em um momento como este.
Betinho, treinador da agremiação defendeu a paralisação da competição. “Se for para proteger a integridade física dos envolvidos eu sou à favor de interromper o campeonato”, relata o técnico. Treinadores de outras duas agremiações, que preferiram não se identificar, defenderam a interrupção imediata do torneio.
Apenas Rodrigo Cascca, técnico do Águia Negra, mostrou-se favorável ao prosseguimento da competição. “Acredito que tenhamos muito alarde acerca da situação, não vejo necessidade nem de portões fechados. Certo que devemos nos cuidar, mas paralisar não”, fala.
TJD-MS recoloca Corumbaense ‘no jogo’
O TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva) realizou na noite de segunda-feira (16), novo julgamento sobre o caso do jogador Vandinho, do Corumbaense. O clube pantaneiro recorreu da decisão da semana passada que havia perdido 16 pontos devido à escalação irregular do atleta. A decisão havia beneficiado a Pontaporanense.
O clube de Corumbá recorreu desta decisão e o TJD reduziu a pena do Carijó para seis pontos. Com a punição mais branda, o clube terminou a primeira fase com 5 pontos, exatamente um a mais que a equipe de Ponta Porã que ficou na nona posição e rebaixada para a Segunda Divisão junto com o lanterna Cena.
Deste modo, caso não haja mais reviravoltas nos bastidores do torneio organizado pela FFMS sobre datas e horários, os confrontos das quartas de final previstos para começar no fim de semana terão no sábado, Maracaju x Águia Negra, e Corumbaense x Aquidauanense. Já no dia seguinte, a programação marca Costa Rica x Chapadão, e Comercial x Operário.
(Texto: Alison Silva e Luciano Shakihama)