O Manchester City foi banido pela Uefa da Liga dos Campeões em próximas duas temporadas e multado em 30 milhões de euros (cerca de 140 milhões de reais) por descumprimento às regras do chamado fair play financeiro, um mecanismo criado para impedir que clubes gastem mais do que arrecadam, e de normas de código de conduta da entidade.
O City foi considerado culpado pelo Organismo de Controle Financeiro (CFCB) da Uefa por ter inflado falsamente suas receitas de patrocínio para burlar as leis de fair play financeiro. As acusações foram desencadeadas pela publicação de e-mails e documentos vazados pela revista alemã Der Spiegel em novembro de 2018.
Os e-mails e documentos vazados indicam que o proprietário do City, Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan, da família que governa os Emirados Árabes Unidos, financiou a maior parcela do exorbitante patrocínio do clube, maquiando as contas da entidade.
Um dos e-mails sugere que a patrocinadora Etihad foi responsável por apenas 8 milhões de libras dos 67,5 milhões de libras supostamente investidos pela companhia aérea no clube. O restante, portanto, teria sido financiado pela empresa de Mansour, o Abu Dhabi United Group, o que seria ilegal de acordo com as normas da Uefa.
O City sempre negou as denúncias e acusou a publicação alemã de crimes cibernéticos pelo vazamento dos documentos. Nesta sexta-feira, 14, o clube informou, em comunicado, que está “decepcionado, mas não surpreso” com o anúncio e disse que recorrerá da decisão junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS).
A punição vale a partir da próxima temporada. Na atual edição, o time dirigido por Pep Guardiola e que tem os brasileiros Gabriel Jesus e Fernandinho no elenco enfrentará o Real Madrid nas oitavas de final.
(Texto: João Fernandes com Veja)