O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 14 pessoas sob acusação dos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro, que teriam ocorrido durante a gestão 2015/2016 do Internacional.
Entre os denunciados estão o ex-presidente Vitório Píffero e o ex-vice-presidente de finanças Pedro Antônio Affatato, acusados de um desvio de R$ 12,8 milhões com apresentação de notas fiscais de obras não realizadas e saques diretos.
A promotoria também denunciou o ex-vice-presidente de futebol Carlos Capparelli Pellegrini, o técnico Paulo Cezar Magalhães e diversos empresários de jogadores envolvidos no suposto recebimento de cerca de R$ 230 mil em comissões por contratações de atletas e lavagem por “triangulação” dos valores recebidos.
As duas denúncias, da área financeira e do departamento de futebol, foram divulgadas pelo Ministério Público em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (6).
O processo está em segredo de Justiça e corre na 17ª Vara Criminal da Capital. Ainda não há no processo defesa constituída dos acusados, e até a publicação deste texto a reportagem não havia conseguido contatos com os citados.
O atual presidente do Inter, Marcelo Medeiros, disse à Folha que o clube está tomando as medidas legais para ressarcir os cofres do time lesados pela gestão anterior: “A gente detectou [os problemas] e passou aos órgãos competentes. Não cabe ao Inter condenar ninguém. Esse é o poder das forças públicas”.
As contas da gestão de Píffero foram reprovadas pelo conselho deliberativo em março de 2017. O caso é investigado há cerca de um ano e meio, segundo Medeiros.
“Hoje se concluiu que não foi só má gestão. Uma coisa é administrar mal, tomar más decisões e fazer maus negócios. Hoje se conclui que não foi só isso”, afirmou o presidente. (Folha de S. Paulo)