Estado revela nova geração de talentos no paradesporto

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado no domingo (21), vai além de uma data simbólica em Mato Grosso do Sul. Do Estado, saíram nomes que colocaram o Brasil no topo do mundo, como Yeltsin Jacques, bicampeão paralímpico em Tóquio e também em Paris, a saltadora Silvânia Costa, bicampeã no salto em distância em Tóquio e no Rio, o canoísta Fernando Rufino, bicampeão paralímpico e atual campeão mundial, e a judoca Erika Zoaga, prata nos Jogos de Paris.

Essas trajetórias projetaram Mato Grosso do Sul como berço de campeões paralímpicos, mas o legado não para. Ele se renova em jovens que crescem inspirados por esses exemplos. É o caso de Maximus Bueno, o Max, de 13 anos.

Diagnosticado com câncer na medula ainda bebê, Max encontrou na natação uma forma de reabilitação que virou paixão e projeto de futuro. Em março deste ano, encarou o maior desafio da carreira, ao competir contra atletas adultos no Troféu Edivaldo Prado, em Fortaleza (CE), e voltar com um ouro e uma prata. “Competir significa superação, esforço e persistência”, resume.

Para o pai, Eliezer Bueno, acompanhar essa caminhada é enxergar de perto o poder transformador do esporte. Ele está ao lado do jovem em cada treino e competição, e reforça que a data deve servir de reflexão. “Esse dia é um marco, um momento para lembrarmos que há pessoas diferentes, com necessidades diferentes, e que é preciso enxergar os desafios diários da perspectiva da pessoa com deficiência e suas famílias”.

Bueno destaca que ainda há obstáculos básicos. “Há muitos desafios para a locomoção nas vias públicas, no transporte coletivo, no acesso ao comércio local. Isso já deveria ter mudado”, aponta.

 

Abrindo caminhos

Para ele, a sociedade avançou na valorização de atletas com deficiência, mas não na velocidade desejada. “Vejo investimento e reconhecimento, mas precisamos de mais. Especificamente na natação, falta um centro para o paradesporto com piscina aqui em Campo Grande. Somos uma capital e ainda temos essa deficiência”.

Para além dos pódios, Max sabe que sua trajetória ajuda a abrir caminhos. Ele cita como inspiração o conterrâneo Yeltsin Jacques e se emociona ao pensar que começa a motivar outras crianças. “É muito legal, pois ajuda outras crianças a saberem que podem praticar esportes”, afirma. E ele não esconde o maior sonho. “Quero representar o Brasil, representar nosso Estado nas Paralimpíadas de 2028, esse é meu objetivo maior”.

Entre medalhas históricas e novos sonhos, Mato Grosso do Sul reafirma seu papel no cenário nacional. É um Estado que não apenas revela talentos, mas forma referências. Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, as histórias de Yeltsin, Silvânia, Fernando, Erika e Max mostram que o paradesporto sul-mato-grossense é, acima de tudo, uma celebração da superação e da igualdade. (MR)

Por Mellissa Ramos

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