Simone Biles juntou-se a outras ginastas estadunidenses para pedir que o Congresso dissolva a diretoria do USOPC (sigla para Comitê Olímpico dos Estados Unidos, em inglês). Em carta assinada por Biles, McKayla Maroney, Aly Raisman e Maggie Nichols, o grupo diz que a diretoria “ocultou e evitou a culpabilização” de Larry Nassar, condenado por abuso sexual.
“A diretoria do USOPC não tomou nenhuma ação investigativa depois de saber que Nassar era um agressor. Fazemos esse pedido após anos de paciência, deliberação e compromisso não correspondido para aprender com nosso sofrimento e tornar o esporte seguro para as gerações futuras”, afirmam na carta.
O Congresso tem o direito de dissolver a diretoria do Comitê caso sejam encontradas evidências de que a organização não cumpriu seu propósito. As ginastas afirmam que é necessário a reformular a diretoria, de forma que seja colocada uma liderança “capaz de investigar com responsabilidade o problema sistêmico de abuso sexual dentro das organizações olímpicas”.
Em comunicado enviado à agência Reuters, a diretoria do comitê reconheceu a motivação das atletas, mas se defendeu: “A carta faz referência a questões que o USOPC tem abordado por mais de dois anos e o trabalho que continuamos a fazer todos os dias”.
Em setembro, o mesmo grupo de ginastas esteve no Senado dos Estados Unidos para depor no processo que investiga a condução do FBI nos casos de abusos cometidos pelo ex-médico da seleção de ginástica. Nassar foi condenado em 2018 por abusar sexualmente de 265 mulheres.
(UOL/Folhapress)