Única fornecedora de motores, além da Mercedes, a vencer na temporada 2020, a Honda anunciou que deixará a Fórmula 1 no fim de 2021, quando terminam seus atuais contratos com a Red Bull e a AlphaTauri. Os japoneses tinham voltado para o esporte em 2015 e investiram pelo menos 1 bilhão de reais até aqui. Descontentes com a decisão da categoria de manter as mesmas unidades de potência pelo menos até 2026, a montadora decidiu deixar de investir na F1.
A volta da Honda aconteceu em um contexto complicado em 2015, ao iniciar a pesquisa para o desenvolvimento da unidade de potência híbrida V6 turbo anos depois das rivais que começaram seus estudos na virada da década e passaram a investir pesado quando as regras foram definidas, entre 2012 e 2013. Isso fez com que faltasse potência e também confiabilidade quando o motor estreou, pela McLaren.
Para complicar ainda mais a situação da Honda, somente em 2017 o desenvolvimento das unidades de potência ao longo da temporada foi totalmente liberado. Só a partir daí, e também já com a Red Bull, equipe mais aberta a ouvir as necessidades dos parceiros do que a McLaren em termos de engenharia, os japoneses puderam ter uma evolução maior, e hoje em dia têm uma unidade de potência no mesmo nível de Mercedes e Renault, ainda que com certa deficiência na recuperação de energia.
No entanto, eles nunca esconderam a decepção em relação às regras acertadas primeiramente para 2021, e que depois passaram para 2022 com o coronavírus. Inicialmente, a F1 queria rever também a unidade de potência, mas depois os fornecedores pressionaram para que esta revisão acontecesse somente em 2025 – agora, em 2026, também em razão da pandemia.
“Como a indústria automobilística passa por um período de grande transformação, algo que não ocorre há 100 anos, a Honda decidiu se empenhar para neutralizar sua produção de carbono até 2050. Este objetivo será perseguido como parte das iniciativas ambientais da Honda”, disse a montadora em comunicado.
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(Texto: Julianne Cerasoli)