De férias em MS, Layana já foca ciclo olímpico 2024

Alçar voos para realizar o sonho de ser reconhecido como atleta não é tão fácil. Há três anos a judoca Layana Colman, de 23 anos, faz a conexão Belo Horizonte – Campo Grande para poder rever a família. Ela foi convidada a compor a equipe do Minas Tênis entre 2016 e 2017 e agora só volta para Mato Grosso do Sul em ocasiões especiais.

Lá sua rotina começa na segunda-feira e só termina no sábado. Durante o dia treina e à noite frequenta as aulas do curso de fisioterapia. A atleta esteve na Capital no mês de dezembro e conversou com o jornal O Estado.

“É puxado, mas temos um controle de carga muito bom. Nosso preparador físico e nosso técnico são excelentes. Mas tudo que tive comparado ao que vamos ter no próximo ano é indiscutível porque começa um novo ciclo olímpico e nós vamos focar em 2024”, fala Layana. A sul-mato-grossense não tem chances de disputar Tóquio 2020.

Seus treinos começaram antes dos dez. Desde então venceu competições nacionais, sul e pan-americanas, foi bronze no Campeonato Mundial de Judô Sub-18 em 2013, nos Estados Unidos, e ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, no ano seguinte. Como todo o destaque, chamou a atenção do clube em que atua e deixou o Clube Rocha.

Das oportunidades que tem para voltar para a terra a natal, as celebrações de fim de ano é uma delas, e neste ano não poderia ser diferente. “Se eu não vier pelo menos duas ou três vezes ao ano perco meu rendimento”, afirma.

Lá, sua roommate é Larissa Farias, judoca que também saiu do Estado para tentar a sorte a 1,2 mil quilômetros distantes da cidade em que nasceu. Ela disse que sempre se apoiam, mas as vezes não é o suficiente. “Quando você sai da casa dos pais, onde você tem tudo você percebe o quanto é mimada. No meu primeiro ano eu chorava por tudo e não tinha ninguém para me dar um conselho mais íntimo”, desabafa.

A mãe, Maria Selma Lacerda, compartilha da mesma aflição. Ainda assim, sabe que a separação foi um mal necessário. “A gente nunca acostuma com o filho, longe estamos sempre com a antena ligada para poder ajudar de alguma forma, mesmo que seja a distância. Mas ela é muito responsável, creio que o que ensinamos aqui ela tem colocado em prática”, fala a comerciante.

O pai Roberto Colman, que atuou como árbitro pela FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) e compõe a família de desportistas junto ao filho Leonardo, jogador de futebol, também está conformado. “Na verdade aprovei desde o momento em que ela saiu daqui. A gente sente falta mas é o que ela escolheu para a vida dela. Foi necessário porque aqui a Layana estava em uma zona de conforto” comenta.

(Texto: Danielle Mugarte)

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