Coletivo Pantaneiras Skate Girls promove ação neste sábado

Pantaneiras Skate Girls é inspirado em iniciativa paulista; coletivo em ação alusivo ao Dia da Mulher - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Pantaneiras Skate Girls é inspirado em iniciativa paulista; coletivo em ação alusivo ao Dia da Mulher - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

No início eram seis, hoje são mais de sessenta

O skate feminino de Campo Grande tem ocupado cada vez mais espaço nas ruas e nas pistas. Um dos responsáveis por essa movimentação é o Pantaneiras Skate Girls, coletivo formado por meninas e mulheres que surgiu em 2019 e desde então promove encontros, oficinas e eventos na cidade. Neste sábado (4), o grupo realiza uma ação especial em comemoração ao Dia das Crianças, a partir das 16h, na Praça do Preto Velho, durante a Feira Ziriguidum. A programação inclui oficinas, distribuição de brindes e uma disputa de Best Trick, em parceria com o projeto Rema Aulas de Skate.

O Pantaneiras nasceu de forma espontânea, quando um grupo de amigas começou a combinar “rolês” de skate. A ideia ganhou força após uma viagem da fundadora Ana Görgen a São Paulo, onde conheceu o coletivo Batateiras, em um evento exclusivo para mulheres. A experiência inspirou o formato que hoje se consolidou em Campo Grande. “Na época, éramos seis mulheres que andavam juntas. Quando vi de perto o que estava sendo feito em São Paulo, percebi que podíamos construir algo parecido aqui, valorizando a união feminina no skate”, lembra Ana Görgen.

Atualmente, o coletivo reúne pelo menos 60 skatistas, desde crianças a até mulheres adultas. Destas, cerca de oito colaboradoras atuam mais diretamente na organização das atividades. O espaço é aberto para qualquer menina que queira começar ou apenas se aproximar da cultura do skate. Especialmente neste fim de semana, Ana Görgen e Edduarda Grego serão as responsáveis pelo evento e as oficinas, respectivamente.

Resistência e incentivo

O objetivo do Pantaneiras é claro: incentivar que mais mulheres subam no skate e ocupar um espaço historicamente dominado por homens. “Queremos mostrar que o skate é também lugar de mulher, quebrando preconceitos e encorajando quem nunca tentou”, explica. Para isso, o coletivo organiza desde “aulões” coletivos para iniciantes até encontros informais, em que a ideia é se divertir e compartilhar experiências.

Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal

A rotina, porém, enfrenta desafios. A falta de estrutura adequada em Campo Grande é uma das principais dificuldades. Pistas como as do Parque das Nações Indígenas, Horto Florestal e Parque Sóter sofrem com falta de manutenção, o que desanima praticantes. “Temos atletas profissionais daqui que precisam viajar para treinar e conseguir competir, porque não contamos com espaços em boas condições. Isso limita a evolução de quem está começando e até afasta o município de eventos nacionais”, lamenta a skatista.

Mesmo sem patrocínios fixos ou apoio institucional, o coletivo se mantém ativo por meio de parcerias com skateshops locais e coletivos culturais, como o Rema Aulas de Skate, escola que estará presente no evento. O sonho, segundo Ana, é ver Campo Grande com pistas profissionais e com mais visibilidade para as mulheres que seguem fortalecendo o skate no Estado. “Nosso maior objetivo é que o skate feminino daqui não morra. Queremos seguir inspirando meninas, trazendo mais mulheres para as pistas e fomentando a cena, para que o futuro seja ainda mais diverso e potente”, completa.

Dia das Crianças com skate

No sábado, o coletivo aproveita a Feira Ziriguidum, tradicional na Capital, para realizar uma programação aberta para quem quiser prestigiar. Entre as atividades, haverá uma oficina de customização de lixas de skate, em que os participantes poderão personalizar seus equipamentos com sprays e moldes. Para quem já anda de skate, acontece também o Best Trick, competição de manobras em que vence quem executar a mais difícil ou criativa.

A inscrição para o Best Trick será simbólica: cada skatista deve levar um brinquedo novo, que será doado em comemoração ao Dia das Crianças. “Queremos unir a cultura do skate à solidariedade. É uma forma de mostrar que nosso esporte pode ser também um espaço de acolhimento e inclusão”, destaca Ana.

Por Mellissa Ramos

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