Dirigente afirma que ajuda da CBF de R$ 50 mil recebida em abril já foi ‘zerada’
A Serc segue no aguardo de comunicado da CBF para que possa retomar as atividades nos gramados. João Félix Boteselli, dono do time de Chapadão do Sul – a 333 km de Campo Grande – projetou que o retorno competitivo do Brasileiro Feminino A-2 venha na sequencia da elite. Na manhã de terça-feira (7), ao jornal O Estado, o cartola pontuou que a competição deve ser retomada em torno de 20 dias após o início da série-A1.
“Vejo que a CBF fará ponderações sobre a série A-2 dentro de duas semanas após a retomada da primeira divisão (prevista para 26 de agosto). O início da série A-1 serve de padrão a divisão de acesso, que acredito que retorne ou em setembro”, salientou Félix.
O presidente da equipe sul-chapadense reconhece que as equipes da elite possuem mais estrutura nesse retorno e enxerga como uma necessidade a retomada da segunda divisão. “Estamos preocupados pois quanto mais você demora para voltar, menos motivação se tem, né?! O que tem barrado nosso retorno são os decretos sanitários, que devem ser respeitados. Assim que houver uma liberação por partes desses órgãos o grupo volta com tudo”, conclui o dirigente.
Em abril deste ano, a CBF destinou R$ 50 mil a todas as equipes femininas da A-2. Os clubes da primeira divisão receberam R$ 120 mil. Félix afirmou que o montante já foi zerado, visto que, segundo ele, a quantia supria apenas dois meses de vencimentos do clube.
Técnico acredita que times voltarão no ‘mesmo nível’
Luís Fernando Daniel, treinador da equipe por meio de uma parceria com a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), afirmou que o elenco tem mantido as atividades e treinamentos remotos durante o período pandêmico, e que assim que os ambientes de treino forem liberados, o clube retornará aos gramados. As jogadoras – em sua maioria acadêmicas – moram em Campo Grande e segue para Chapadão do Sul apenas para os confrontos, realizados no Estádio da Serc.
“A UCDB, espaço em que temos treinado, está fechada, visto que as aulas da universidade estão sendo dirigidas remotamente. Como grande parte das equipes estão sem treinar, o retorno vai ser nivelado. Entretanto, teoricamente algumas equipes podem voltar melhores do que outras, a depender das retomadas de cada estado”, observou o técnico.
As atletas não recebem salários visto que os contratos entre clube e atletas são amadores, segundo o presidente da equipe, João Félix. Parte da ajuda da CBF foi destinada ao elenco, segundo informou Félix anteriormente em entrevista anterior.
Com apenas uma partida disputada no Brasileiro A-2, goleada sofrida por 6 a 0 diante do América-MG fora de casa, a Serc está na lanterna do grupo D que conta ainda com Juventus-SP, Foz Cataratas-PR, Atlético-GO e Operário-MT. Avançam à próxima fase as três equipes mais bem colocadas de cada grupo.
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(Texto: Alison Silva)