Campo-grandenses saem rumo à Ásia para ver o Flamengo jogar

Cinco amigos e um destino: Doha, no Catar. Ana, Fábio, Marcel, Márcio e Paulo moram em diferentes regiões do Brasil, mas no último domingo (15) se encontraram em São Paulo para uma das viagens mais empolgantes de suas vidas. O grupo embarca rumo ao golfo pérsico com esperança de ver o Flamengo passar pelas etapas finais do Mundial de Clubes e voltar com o bicampeonato.

Foto: reprodução

A estudante de medicina Ana Cláudia Vitti, 37 anos, mora em Corumbá – a 418 km de distância da Capital – com o marido Marcel de Oliveira, 38 anos, médico veterinário. Sua paixão pelo esposo e pelo rubro-negro começaram juntas, há 16 anos. Agora, vão para a Ásia não só com os amigos, mas também com o filho Francisco, de 6 anos. “Na loucura todos resolveram ir, e domingo vamos realizar a loucura de ver um Mundial, ainda mais do Flamengo, nosso time. É algo inédito nas nossas vidas”, fala.

Os gêmeos Márcio Assis e Paulo Assis, de 38 anos, se mudaram para Curitiba (PR) para seguir suas profissões: ambos são analistas de sistemas. O amor que eles sentem pela camisa começou cedo. “Me recordo que quando tinha por volta de 6 anos eu e meu irmão ganhamos uma camisa listrada de vermelho e preto, nas quais minha mãe costurou o escudo do Flamengo. Depois disso não tirávamos mais ela. O manto virou uma segunda pele”, relata Márcio, do sul do país.

O título continental foi algo inédito para eles, uma vez que tinham apenas 6 meses quando o Flamengo venceu a libertadores pela última vez, em 1981. Não será diferente com o Mundial. “A emoção foi muito grande, pois foram muitos anos de espera, as últimas participações do time nesta competição tinham sido frustrantes. O que me deixa feliz é o fato do time jogar um grande futebol e ver até os torcedores adversários reconhecer essa qualidade”, diz Paulo.

Ainda mais longe do Centro-Oeste está o médico de 38 anos, Fábio Teodoro. Ele é amigo íntimo dos irmãos e padrinho do pequeno Francisco. Ele nasceu em Campo Grande, passou a infância em Dourados – a 344 km da Capital -, se formou na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e logo foi embora para Aracaju (SE), para atuar como rádio-oncologista. “Moro aqui há dois anos, mas a amizade continua”, conta ao Jornal O Estado, direto do Nordeste.

Segundo ele, um conhecido que reside em Doha já passou dicas ao grupo, que deve chegar lá entre segunda e terça-feira. “Eu estou com uma ansiedade muito grande. A gente já vem marcando essa viagem há um bom tempo. Temos um grupo no whatsapp e todo dia combinamos tudo que temos que levar para a viagem, desde adereços para o jogo até itinerário. Tenho certeza que vai ser uma festa para levar na memória”, espera.

Em quase 20 anos de amizade, amor pelo time mantém grupo reunido 

Esta não é a primeira vez que o grupo se reúne para assistir o Flamengo jogar. Em 2009 eles foram até o Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), para assistir a final do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o rubro-negro venceu o Grêmio por 2×1 diante de um público de quase 85 mil torcedores. “Decidimos comprar as passagens e o ingresso do jogo umas sete rodadas antes, e tinham muitos times no pário, mas botamos fé que o Flamengo ia ser campeão”, conta Fábio.

Assim como fizeram com o Mundial. Sem saber que o time venceria, garantiram as passagens para o Catar antes que o preço subisse. Antes, haviam comprado as passagens para Santigo, no Chile, para a final da Libertadores, mas com a mudança de local optaram pelo cancelamento. “Ficou o sentimento de missão incompleta. […] O título foi alegria dobrada. Primeiro porque o Flamengo ganhou, segundo porque o prejuízo ia ser grande se tivéssemos que cancelar as passagens”, fala o médico.

A primeira partida do representante das Américas acontece na terça-feira, contra X. Caso passe, o Flamengo pega o vencedor entre Liverpool e X, que também jogam dia 17. A final está prevista para o dia 21, as 13h30 (MS), no Estádio da Cidade da Educação.

Janela: “Sempre brincava que se fosse preciso venderia até meu carro pra ir […] ainda bem que nos antecipamos e não precisei vender (risos)”, Márcio Assis, analista de sistemas.

(Texto: Danielle Mugarte)

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