Ela tem apenas 17 anos e carrega na bagagem dezenas de medalhas conquistadas ao longo dos últimos anos, em tatames nacionais e internacionais. Contudo, foi em 2019 que seu nome ficou em evidência. Alexia Nascimento foi o destaque da temporada em uma das modalidades de maior expressão em Mato Grosso do Sul: o judô.
A atleta ainda é nova, mas está em ascensão. Só neste ano foram 12 títulos dentro e fora do Brasil. “2019 foi um ano incrível, onde conquistei muitas coisas importantes, viajei e conheci lugares e culturas diferentes. Todos os treinos foram muito produtivos, ralei muito para conquistar tudo que conquistei neste ano”, fala em entrevista ao Jornal O Estado.
No ranking sub-18 da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), fechou o ano com o primeiro lugar disparado da categoria ligeiro (-48 kg) com 900 pontos, 550 a mais que a segunda colocada, Letícia Menino, também de Campo Grande. Sua competição mais importante pela categoria foi o Mundial, que aconteceu em Almaty, no Cazaquistão no fim de setembro. Ela voltou com a 5ª colocação após perder a disputa pelo terceiro lugar para a húngara Anna Kriza. Em julho, foi campeã pan-americana em Cali, na Colômbia.
Mas seus primeiros desafios fora do país aconteceram na Europa, durante os estágios internacionais junto à Seleção Brasileira. Ela conta que sua experiência mais marcante foi em Berlim, no mês de maio. Lá Alexia estreou com vitória sobre a britânica Mae Bostock, mas na segunda rodada caiu diante da holandesa Renee Maas, que chegou à semifinal e puxou a brasileira para a repescagem.
“2019 foi um ano incrível, onde conquistei muitas coisas importantes, viajei e conheci lugares e culturas diferentes”.
– Alexia Nascimento
Após isso venceu mais três lutas até derrotar a italiana Chiara Zuccaro na disputa pelo bronze. “Eu estava perdendo e estava desacreditada de que conseguiria alguma medalha. Mas dei a volta por cima e consegui o terceiro lugar. Eu nem esperava voltar com medalha”, desabafa Alexia. Em março ela havia conquistado a prata na Copa da Thuringia, realizada em Bad Blankenburg.
Neste ano começou a lutar no sub-21, no qual está em quarto lugar. Ela somou 555 pontos, apenas 100 a menos que a terceira colocada, Amanda Arraes, de Goiânia. Para ela, a transição de categoria não foi tão difícil. “Na verdade foi tudo tranquilo para mim. Desde que competia no sub-18 eu já vinha lutando com pessoas mais velhas, então não senti tanto”, afirma.
Resultado disso foi a prata que ela conquistou na Taça Brasil Sub-21, que aconteceu em Minas Gerais no mês de maio. Ainda a nível nacional, Alexia venceu o Meeting, a Seletiva Nacional e a fase final do Campeonato Brasileiro.
Seu pai e técnico, Alessandro Nascimento, se orgulha do desempenho da filha durante a temporada. “Só tenho a agradecer a Deus pela filha que tenho. Que 2020 seja ainda melhor do que 2019”, finaliza.
(Texto: Danielle Mugarte)