Atleta de Dourados é uma das sul-mato-grossenses em Brasileiro Sênior

Pouco mais de um ano do título no Brasileiro Sênior, Camila Gebara Nogueira Yamakawa retorna aos tatames para competir nacionalmente. Aos 24 anos, a douradense é uma das sul-mato-grossenses na edição deste ano, no Ginásio Multi-Eventos Sérgio Lorenzato, em Balneário Camboriú. Os combates acontecem sábado (30) e domingo (1). E, em Santa Catarina, ela não estará sozinha.

““O Ali veio junto comigo porque ele só mama no peito, aí tive de trazer ele””, disse uma das principais judocas do Estado, na manhã desta sexta-feira (29) ao site Só Por Esportes. A mãe de primeira viagem contou um pouco sobre a nova jornada.  ““Minha última competição foi o Brasileiro Sênior 2018, quando fui campeã. Aí após o Brasileiro fiz uma cirurgia (por conta de lesão) e decidi engravidar. Porque já ficaria longe por dois motivos: pela cirurgia e pela gestação””, explica a judoca do Clube Sakurá, de Dourados.

Gravidez, maternidade, esporte, família, carreira. Como está sendo todo esse processo em sua vida? Era mais ou menos o que você esperava?  “”Falar a verdade (risos), é mais loucura do que imaginava. Criança dá bastante trabalho, mas graças a Deus que ele é bonzinho ainda. Minha mãe fala que ele é muito bonzinho, tem bastante gente que me ajuda, mas é difícil conciliar maternidade com o treinamento, até eu consegui voltar ao ritmo””, respondeu Camila, por meio mensagem de voz, com o Ali no colo.

““Como ele nasceu no dia 28 de agosto, fez três meses ontem (quinta-feira), então faz muito pouco tempo que voltei a treinar. Ainda não estou no meu auge físico, sei que tenho muito a melhorar””, acrescenta a sul-mato-grossense. Ao seu lado, uma rede de apoio torna o desafio menos difícil. ““Muitos pais me ajudam quando estou treinando, o meu esposo Jorge (Yamakawa), ele fica também””, lembra.

““Quando ele (Jorge) dá aula, às vezes o Ali começa a chorar ele pega o Ali, mas estou tentando conciliar tudo. Está dando certo, cada vez a gente está criando uma rotina e está sendo melhor ainda””, relata Camila. “”Lógico, às vezes ele chora e é só a mãe que ele quer. Tem de sair no meio do treino para dar de mamar para ele acalmar. Mas, estou conseguindo colocar uma rotina. (Agora) Pelo menos na hora do treino ele está dormindo””, diz Camila, quase como se comemorasse uma pequena vitória.

Meu foco continua, vou batalhar pelo meu sonho’

Como está sendo ser mãe? E, o pai, também ajuda muito, é muito coruja? ““Eu me surpreendi na verdade. Não esperava que era tão babona. E o pai, super me ajuda. Lógico que tem coisas que só a mãe pode fazer, dar de mamar, acordar de madrugada, essas coisas. A tarefa do pai é dar banho todo o dia e trocar todas as fraldas de xixi ou cocô. E cortas as unhas, porque nunca vi como crescem as unhas de bebê!””.

De volta aos tatames, é um novo recomeço de carreira? Os seus objetivos continuam os mesmos ou o filho te fez repensar algo? ““Meu foco continua o mesmo, vou batalhar pelo meu sonho. Lógico que um filho acaba sendo prioridade. Se um dia meu filho estiver doente, vou ter de perder um dia de treino para cuidar dele, mas o meu objetivo continua o mesmo, tentando sempre melhorar, voltar ao físico de antes, ao nível internacional, para pensar em uma Olimpíada, um Mundial”.

O Brasileiro no fim de semana talvez seja o primeiro passo para Camila. “”O Ali veio junto comigo porque ele só mama no peito aí tive de trazer ele. Olha, sempre estou pensando positivo, em ganhar, mas sei que tenho muito a melhorar principalmente no físico e lá vou dar o meu melhor e vamos ver no que vai dar””, diz a mãe. “”Espero que volte com uma medalhinha de ouro””.

Um total de 248 Judocas dos 26 estados mais o Distrito Federal disputam a competição mais importante do calendário nacional da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e que encerra a temporada 2019. Em jogo, o título nacional e os pontos que definirão os líderes do ranking brasileiro sênior deste ano que serão premiados com uma convocação para representar o Brasil em etapa do Circuito Mundial IJF.

Confira os representantes de MS:

Feminino

Aline Cristina de Sá Neves (Meio-Leve – 52 kg)

Milene Pache Matias (Leve – 57 kg)

Ana Carla Rios Grincevicus (Meio-Médio – 63 kg)

Gabriela Stroppa Paliano (Meio-Pesado – 78 kg)

Camila Nogueira Gebara Yamakawa (Pesado +78 kg)

*Camila Vitoria Vieira Mascarenhas Ponce (Meio-Pesado – 78 kg) – Compete por SP

*Layana Lacerda Soares Colman (Leve -57kg) – Compete por MG

Masculino

Isac Garcia Ribeiro Bignardi (Meio-Leve – 66 kg)

(Texto: Luciano Shakihama)