“A gravidez foi planejada, os gêmeos que foram uma surpresa”, diz judoca de MS

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Judoca de seleção opta por ampliar a família e carreira mais tranquilo

 

“Literalmente, não sei. Não sei se farei igual a do Ali, voltar a treinar dez dias após o parto, porque são dois agora, mais o Ali. Pretendo voltar, lógico, não pensando mais em Olimpíada, Mundial, mas em nível nacional. Fazer o fim de carreira, ficar mais tranquila”, disse Camila Gebara Yamakawa, que nos últimos dez anos esteve sempre entre as melhores do país de seu peso.

Nesta segunda (16) e terça-feira (17), pelo menos nove sul-mato-grossenses devem disputar a terceira etapa da Seletiva Nacional de Judô – Projeto Paris 2024. O Estado terá uma baixa considerável nos combates que vão reunir aproximadamente 200 atletas no ginásio do Sesi Vila Leopoldina, em São Paulo (SP), e abrem o calendário nacional da modalidade. E, ao que tudo indica, a ausência será permanente.

Em entrevista a O Estado MS, Camila faz 28 anos na terça-feira vive a expectativa de ganhar os dois rebentos até o mês que vem. “A gravidez foi planejada, os gêmeos que foram uma surpresa”, brinca. Por telefone, na quinta-feira, a douradense que obteve pódios importantes ainda com 17 anos, falou mais sobre este desafio.

“Em 2021, eu já estava com planos que iria engravidar em 2022. E, em 2022, as competições foram muito cedo. Normalmente são no fim do ano”, diz Camila. “Chegou o meio do ano, já tinha ido para o Regional, para o Brasileiro, viajado para as minhas competições internacionais. Daí, falei, ‘quer saber? Vou aproveitar esses seis meses de pausa e vou tentar’”, explica a judoca. “Aí depois do Brasileiro Sênior, em junho ou julho, fiz o teste e estava grávida. A confirmação só preferiu ter depois de merecidas férias, quando foi ao médico.

“Realmente estava grávida, e de gêmeos”, confirma a atleta, direto de Dourados. Vai ser engraçado e ‘desesperador’. Sobre a expectativa da vinda de Ayla e Akira, acredita que chegarão um pouco antes do previsto. “A data prevista é para o final de fevereiro, mas por ser gemelar, agora que estou no oitavo mês, pode ser a qualquer momento. Os dois nenéns, cada um já está com quase dois quilos, está ficando bem pesado, tem de ficar bem esperta em relação a isso”, comenta. “Estamos muito felizes, era nosso objetivo aumentar a família, e vem em dobro. Acho que vai ser muito engraçado, as vezes vai ser desesperador principalmente no começo. Depois agente aprende, e aproveita cada momento deles e se adaptar à nova rotina dos treinos, com mais dois bebezinhos”, fala a sul-mato-grossense. 

 

Carreira com pés no chão

 Sobre os apoios financeiros como Bolsa Atleta e das Forças Armadas, Camila foi objetiva. “Elas continuam. Aí se eu não tiver mais resultados, param”. Já em relação à competição do fim de semana, a atleta e mãe mostra tranquilidade com a situação. “Em relação à Seletiva, eu já estava ciente que não ia participar. Até porquê na minha categoria tem uma atleta (Beatriz Souza) que está muito bem ranqueada e não tem nem discussão em relação ao desempenho dela na Seleção Brasileira. Vi que não tinha muito chance para 2024 e decidi aumentar a família. O Ali já tinha feito três anos, e eu não queria que tivesse uma distância muito grande entre os irmãos”, argumenta. Mesmo assim, a sul-mato-grossense começa a temporada no top-60 do ranking mundial. 

Competição em São Paulo vale vaga para competir no exterior

Segundo a CBJ (Confederação Brasileira de Judô), os campeões de cada categoria conquistarão o direito de participar de alguma competição internacional entre fevereiro e março (Grand Slam de Tel Aviv e Open de Bratislava), definida através da análise da comissão técnica da Seleção.

Ainda neste ano, em julho, uma nova etapa da Seletiva será realizada também em São Paulo, qualificando mais atletas para outros eventos fora do país. O sistema de disputas contará com duas fases: a primeira, em sistema padrão de chaveamento com repescagem; e a segunda, em rodízio (todos contra todos) com os dois finalistas e dois terceiros colocados de cada categoria.

Diferentemente da segunda etapa da Seletiva, realizada em novembro de 2022, os campeões do Troféu Brasil e do Campeonato Brasileiro não entrarão direto na poule,  lutando assim a primeira fase.

Nomes conhecidos e que tiveram bons resultados internacionais estão dispensados da Seletiva. São eles: Larissa Pimenta (7º no Mundial), Rafaela Silva (campeã mundial 2022), Ketleyn Quadros (5ª no ranking mundial), Maria Portela (10ª no ranking mundial), Mayra Aguiar (bronze em Tóquio e campeã mundial 2022), Beatriz Souza (vice-campeã mundial 2022), Willian Lima (12º no ranking mundial), Daniel Cargnin (bronze em Tóquio e no Mundial 2022), Guilherme Schimidt (4º no ranking mundial), Rafael Macedo (11º no ranking mundial), Marcelo Gomes (7º no Mundial), Rafael Buzacarini (17º no ranking mundial) e Rafael Silva (9º no ranking mundial). 

 

Por Luciano Shakihama– Jornal O Estado do MS.

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