Resultado do trabalho da Polícia Penal, mais celulares apreendidos são entregues à Rede Pública de Ensino

Fotos: Tatyane Santinoni
Fotos: Tatyane Santinoni

Uma nova fase do Projeto Transforme foi concretizada com a entrega de mais de 300 celulares apreendidos pela Polícia Penal de Mato Grosso do Sul, e formatados por universidades parceiras,  para servirem de auxílio a estudantes da Rede Pública Municipal de Campo Grande.

Coordenada pelo Ministério Público Estadual, em parceria com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a iniciativa visa garantir que alunos, especialmente àqueles sem acesso a dispositivos tecnológicos, possam participar ativamente de aulas e atividades remotas.

Idealizado pela promotora Jískia Sandri Trentin, da 50ª Promotoria de Justiça, o projeto já doou um total de 1.100 celulares a escolas da rede pública. “Agradecemos as parcerias que possibilitaram essas entregas, proporcionando a alunos que mais necessitam uma oportunidade de aprendizado”, declarou Jískia durante a solenidade realizada na tarde de quinta-feira (10.10), no Fórum da Capital.

Além dos aparelhos entregues à Semed, a Agepen repassou ao Ministério Público mais 2.070 celulares apreendidos, cuja doação foi autorizada pela 1ª VEP (1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande) e pela 1ª VEPin (Vara de Execução Penal do Interior).

Antes da entrega, todos os dispositivos passaram por uma rigorosa verificação para garantir que informações relevantes a investigações não fossem comprometidas. Agora, os acadêmicos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), realizarão as formatações necessárias para que os equipamentos cheguem aos estudantes para uso escolar.

“A Agepen é um participante que traz a oportunidade, resultado do trabalho de fiscalização cotidiano realizado pela Polícia Penal”, destacou o diretor-presidente da Agepen, policial penal Rodrigo Rossi Maiorchini, durante a cerimônia de entrega.

Conforme o dirigente, existe toda uma sistemática antes de os aparelhos serem destinados ao projeto.

“Nossa Gerência de Inteligência faz todo um levantamento e aguardamos o prazo de dois anos, se ninguém for até a delegacia reclamar o furto ou roubo desse aparelho, é então destinado ao projeto após autorização das varas de Execução Penal, comentou. “De um bem ilícito, se transforma em lícito para que o aluno tenha um melhor conforto na realização de trabalhos na escola”, completou.

Inspirado no projeto Alquimia II, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o Transforme começou no início da pandemia, quando a necessidade de aulas remotas se tornou evidente. Com autorização judicial, a Agepen disponibiliza celulares apreendidos em unidades prisionais que, anteriormente, seriam destruídos, dando-lhes uma nova vida para uso educacional.

É o que afirma a chefe ada Divisão de Acompanhamento e Apoio Escolar da Semed, Mônica Cristina Silvana, as primeiras escolas beneficiadas com o projeto foram que àquelas que atendem comunidades indígenas e ao público mais carente.

“São crianças que tinham bastante necessidade dessa tecnologia, para fazer pesquisas e cada vez estarem mais conectados nesse mundo”, comentou”. Agora, a principal destinação, segundo ela, serão as instaladas na zona rural. “Temos escolas em distritos muito distantes, como no distrito de Anhanduí, que atendem comunidades muito carentes e precisam desses celulares”, informou.

Para o coordenador de engenharias e área de computação na UCDB, Marcos Alves, a participação é bastante proveitosa para os acadêmicos que desempenham essas atividades extras.

Executam trabalhos que envolvem higienização, retiradas de chips, cartões de memória, marcas de textos escritos, separação de aparelhos que estavam bons, que não oferecem riscos de machucar as crianças, como os com telas trincadas, realização de formatação etc”, comentou.

“Além da contribuição para a formação deles deles como cidadãos, como pessoas, utilizando o conhecimento que eles têm para servir ao próximo”, completou.

Já o juiz titular da 1ª VEPin, Luiz Felipe Medeiros Vieira, reforçou a importância do esforço conjunto para que os celulares ajudem na inclusão digital dos estudantes da rede pública de Campo Grande. Dos 2.070 celulares repassados para formatação, 530 foram autorizados pela Vara de Execução Penal do Interior e 1.540 pela Vara de Execução Penal da Capital.

Com informações da Agência de Notícias.

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