O assunto tem de ser trabalhado desde cedo
Estamos em pleno século XXI, mas as discrepâncias entre homens e mulheres ainda chamam a atenção quando falamos sobre cargos de liderança e remuneração. De acordo com pesquisa realizada pela Grant Thornton, em 2022, as mulheres ocupam apenas 38% das posições de gestão no Brasil.
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário médio por mês das mulheres é de R$ 2.095,00. Já o dos homens é de R$ 2.622,00. Ao observarmos o quesito sexo e cor ou raça, os números são ainda mais desiguais. As mulheres pretas ou pardas têm a remuneração média de R$ 1.567,00 e as brancas de R$ 2.653,00. Os homens pretos ou pardos ganham R$ 1.959,00 e os brancos R$ 3.435,00.
A pergunta que não quer calar é: como alcançar a equidade? Uma das ferramentas apontadas por especialistas é a educação, as instituições de ensino possuem papel primordial nessa virada de chave. Na visão de Deborah Anastácio, diretora pedagógica do Elite Rede de Ensino, os colégios são um excelente local de formação para a conquista da igualdade neste tema.
“A escola precisa ser primeiramente um espaço de equidade. Além disso, ela deve proporcionar debates e projetos capazes de refletirem sobre essas questões e determinar ações de incentivo a todos os alunos sempre deixando claro que eles podem alcançar os seus sonhos independentemente de sexo, de raça ou de qualquer outro fator. Pensando nisso, desde 2021, o Elite disponibiliza uma disciplina eletiva denominada ‘Mulheres que mudaram o mundo’ mostrando personalidades femininas que alcançaram diferentes posições e tiveram grande relevância em nossa sociedade. Elas podem se tornar inspiração, exemplo para os nossos alunos”.
Protagonismo, autonomia e poder de decisão estes são os três itens considerados primordiais pela diretora do Elite a fim de preparar as meninas para os cargos de liderança. “Por meio dessas habilidades, elas aprendem a se posicionar. Fora isso, esses são pilares importantes em qualquer outro viés de futuro. É imprescindível mostrar desde a escola: as garotas podem escolher ativamente os seus caminhos. Temos esse dever enquanto educadores, desmistificar a ideia de que as mulheres são menos resolutas e arrojadas quando comparadas aos homens”.
Assim como em todos os ambientes da sociedade, o machismo também se faz presente no âmbito escolar e precisa ser desconstruído. Deborah Anastácio dá a receita e fala sobre a importância de apresentar exemplos reais. “Nossos alunos veem na prática mulheres na liderança de nossas escolas, são coordenadoras, diretoras, diretoras regionais que servem de inspiração e mostram que é possível. Fora isso, pensando, por exemplo, nos estudantes inscritos na disciplina eletiva existem muitos meninos interessados. Ações como essa contribuem com a luta por equidade entre homens e mulheres”.
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