O ano letivo de 2025 começou com novidades para os estudantes da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul. Além dos investimentos em tecnologia e infraestrutura, a volta às aulas também traz desafios relacionados ao forte calor e à implementação da nova regra que restringe o uso de celulares dentro das escolas.
Entre as principais melhorias anunciadas pela SED (Secretaria de Estado de Edu cação), estão a entrega de mais de 3 mil computadores, a modernização das cozinhas escolares e a reforma de 50 escolas, além da continuidade do projeto de climatização das unidades.
Com as temperaturas elevadas registradas no Estado, a climatização das escolas tem sido uma prioridade. No entanto, a instalação dos aparelhos de ar-condicionado enfrenta desafios, principalmente pela necessidade de adequação da rede elétrica. “A climatização das escolas é um processo. Muitas unidades precisam de uma reforma completa na parte elétrica, que é a parte mais cara do projeto. O equipamento em si tem um custo menor com parado ao investimento necessário para essa adaptação”, explicou o secretário de Educação, Helio Queiroz Daher.
Outro problema é o tempo de entrega dos aparelhos. Segundo Daher, a alta demanda no Brasil tem causado atrasos, e os equipamentos podem levar de cinco a sete meses para chegar às escolas. Enquanto a climatização avança, a SED tem emitido recomendações para minimizar os impactos do calor. Entre elas, estão o incentivo à hidratação dos estudantes, a reorganização de horários das aulas de educação física para evitar esforços excessivos e a adaptação de atividades pedagógicas ao clima.
Pontos de apoio no combate à violência
Outra novidade é a ampliação das ações de conscientização sobre a violência contra a mulher dentro das escolas estaduais. Segundo Daher, a SED já desenvolvia iniciativas nesse sentido, como a criação de salas de acolhimento para mães e responsáveis que de sejam concluir os estudos.
Agora, o governo estadual pretende transformar as es colas em pontos de apoio para mulheres vítimas de violência. A ideia é capacitar as unidades de ensino para que possam ser locais de acolhimento e denúncia. “A escola está pre sente em todos os espaços do Estado. Ela pode ser um local No primeiro dia, celulares ficaram desligados e na mochila Secretário pontua necessidade de se falar sobre violência contra mulheres nas aulas seguro para a mulher que precisa de ajuda e orientação”, afirmou o secretário.
Além disso, o currículo es colar será atualizado para incluir temas voltados ao respeito e à proteção das mulheres, tanto para meninos quanto para meninas. “Queremos ensinar desde cedo sobre direitos e a importância de respeitar as mulheres, trazendo essa discussão para dentro das es colas e envolvendo as famílias”, explicou Daher.
Mais tecnologia e infraestrutura
A modernização das escolas estaduais também faz parte do planejamento para 2025. Além da entrega dos novos computa dores, as unidades de ensino re ceberão lousas digitais e novos equipamentos para as cozinhas, como freezers, geladeiras, fo gões e bebedouros. A ideia é melhorar tanto o ambiente de aprendizado quanto a estrutura de alimentação dos estudantes.
Além disso, 50 escolas reformadas serão entregues nos primeiros meses do ano, enquanto outras 100 estão em obras para serem entregues ao longo de 2025. A atualização do parque tecnológico também inclui a aquisição de Chromebooks e computadores adicionais para atender às necessidades das unidades escolares.
Celulares na escola: restrição do uso
Um dos temas mais discutidos neste início de ano letivo é a restrição do uso de celulares nas escolas estaduais, determinada pela Lei 15.100.
“A gente realmente acredita que o celular tem que ter uso controlado. Ele tira muito a atenção do estudante, atra palha a socialização e faz com que os alunos fiquem isolados em seus próprios mundos digi tais. Agora, se a família quiser falar com o filho durante o período escolar, deve entrar em contato com a escola”, explicou o secretário.
Apesar da restrição, o uso dos celulares será permitido em atividades pedagógicas. Estudantes que utilizam o aparelho para leitura ou outros fins educacionais também poderão seguir utilizando, mediante aprovação da escola.
Para garantir uma adaptação tranquila à nova regra, a SED orientou as escolas a ado tarem um período de transição nos primeiros meses.
Por Roberta Martins