Modelo de preço fechado substitui o gasto variável nas comemorações do dia 31
Celebrar o Réveillon fora de casa em Campo Grande passou a exigir planejamento financeiro. Para a virada de 2026, festas privadas ofertadas por hotéis, clubes e restaurantes operam com ingressos que variam de cerca de R$ 400 a valores acima de R$ 1,3 mil por pessoa, concentrando em uma única noite um gasto que, em muitos casos, supera o orçamento mensal de lazer.
O formato predominante é o ingresso com consumo fechado. Alimentação, bebidas e atrações são vendidos como pacote único, adquirido com antecedência. A lógica é: o cliente paga antes e permanece no local durante toda a noite, sem cobrança adicional por consumo.
No Clube Estoril, os preços variam conforme o tipo de ocupação. Mesas fechadas para até oito pessoas custam entre R$ 3.120 e R$ 3.920. Já os convites individuais, em mesas compartilhadas, ficam entre R$ 390 e R$ 490. Crianças de 5 a 11 anos pagam valores reduzidos.
No setor de restaurantes, o Réveillon deixa de seguir o modelo tradicional de atendimento. No Olivia Rooftop, o ingresso custa R$ 900 por pessoa. A casa suspende o funcionamento regular e trabalha apenas com reservas antecipadas, público limitado e cardápio definido previamente.
Os maiores valores aparecem nos hotéis. No Novotel Campo Grande, a festa custa R$ 1.045 por adulto em uma das áreas do evento. Em espaço com serviço diferenciado de bebidas, o ingresso chega a R$ 1.320. Crianças de 7 a 12 anos pagam metade. No Hotel Deville Prime Campo Grande, o convite adulto custa R$ 1.032,61, com meia para crianças de 3 a 12 anos. Em ambos os casos, hospedagem e estacionamento não estão incluídos.
Os preços posicionam o Réveillon privado entre as datas mais caras do ano para o consumo local em lazer. Para uma família, o gasto pode se aproximar do custo de uma viagem curta dentro do Estado, especialmente quando há crianças incluídas no cálculo.
Como alternativa fora do circuito pago, a Prefeitura de Campo Grande mantém o Show da Virada, gratuito, na Cidade do Natal, com programação prevista para a noite do dia 31 de dezembro até a madrugada.
A permanência de parte significativa da população na cidade ajuda a sustentar esse mercado. Segundo a Pesquisa de Intenção de Consumo do IPF/Fecomércio MS, em parceria com o Sebrae/MS, 68% das famílias não pretendem viajar no fim do ano. Entre aquelas que planejam deslocamentos, 64% devem permanecer dentro de Mato Grosso do Sul, mantendo o consumo concentrado no próprio Estado.
Por Djeneffer Cordoba
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