Vendas da indústria cai mais de 30% de março para abril

Nessa quarta-feira (27), foi divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), o Boletim de Acompanhamento Setorial da Atividade Econômica. Nele aponta que abril teve queda de 30% nas vendas da indústria e do comércio varejista, em comparação com março.

O instituto relaciona a queda da atividade econômica às medidas de isolamento social, adotadas por estados e municípios como forma de prevenção à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Ipea, além da paralisação de uma “ampla gama de atividades produtivas”, a queda das demandas interna e externa causou a forte retração em todos os setores da economia.

Para calcular o desempenho da economia, o Ipea tomou como base os parâmetros de três pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e passará a realizar mensalmente a projeção antes da divulgação dos dados oficiais pelo IBGE.

Indústria
O Ipea destaca que o cenário começou a se deteriorar em março, mês em que a Pesquisa Mensal da Indústria, do IBGE, constatou um recuo de 9,1% na produção industrial ante fevereiro. A produção de veículos e o setor de vestuário foram os mais afetados, enquanto o impacto foi menor na produção de alimentos, papel e celulose, e derivados de petróleo.

Segundo a estimativa do Ipea, a retração deve crescer para 36,1% na próxima pesquisa, que será divulgada pelo IBGE em junho e medirá o cenário em abril. O resultado do quarto mês de 2020, projeta o Ipea, deve representar uma queda de 44,6% na comparação com abril de 2019.

Comércio e serviços
A última Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE), divulgada em 13 de maio, também havia apontado queda em março, quando as vendas do varejo ampliado recuaram 13,9%. Os segmentos menos afetados, nesse caso, eram os associados à venda de alimentos, artigos farmacêuticos e de materiais de construção. Para abril, a previsão do Ipea é que o movimento se intensificou, chegando a uma queda de 34,7% para o conjunto do setor. Na comparação com abril de 2019, a queda deve ser de 44,5%.

O varejo ampliado inclui as lojas de veículos e materiais de construção, além de todos os outros setores do comércio. Assim como a produção, a venda de veículos deve ter uma queda mais acentuada que os números globais, atingindo queda de 62,2% de março para abril. O varejo restrito, que exclui veículos e materiais de construção, deve ter queda de 28,4% em abril, na comparação com março.

O setor de hiper e supermercados deve ser um dos menos afetados pela crise, com recuos de 5% em relação a março e de 1,1% na comparação com abril de 2019. Segundo o Ipea, os impactos da crise desaceleraram as vendas em relação a março, mês que estabeleceu uma elevada base de comparação em virtude da estocagem de alimentos por parte de alguns consumidores.

Nos serviços, a queda em março foi de 6,9%, segundo a Pesquisa Mensal dos Serviços, que já havia apontado recuo de 30% nas atividades turísticas. A projeção para abril é que a retração geral do setor chegue a 23,7%.

(Texto: Inez Nazira com informações da Agência Brasil)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *