Varejo de MS recupera patamar econômico anterior à pandemia

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Foto: Nilson Figueiredo

Em Campo Grande, setor teve desempenho
superior ao registrado na média nacional

Após dificuldades vivenciadas no período de pandemia, o setor de varejo de Mato Grosso do Sul finalmente demonstra estar retornando ao patamar econômico antes de 2019. Segundo apontou a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos. Para o jornal O Estado, Marcos Pazzini, responsável pelo levantamento, comentou que o Estado e Campo Grande obtiveram um desempenho superior à média nacional.

“Enquanto a média nacional foi de 6,2%, entre 2022 e 2023, em MS essa variação foi de 8,7%, passando de um montante de 6,8 bilhões, em 2022, para 7,4 bilhões de reais, neste ano. Campo Grande também teve um desempenho bem interessante, bem significativo, um crescimento de 7,2%, passando de 2,7 bilhões para 2,9 bilhões, em 2023. O mesmo desempenho positivo entre os dois anos verifica-se para a quantidade de empresas do comércio, tanto varejista como atacadista”, destaca Pazzini.

cO especialista explica ainda que enquanto o crescimento da média nacional do comércio foi de 1,9%, com destaque para o comércio atacadista, que cresceu 3,3%, em MS esse crescimento foi de 2,1% na média e o comércio atacadista cresceu 5,1%, desempenho alcançado também pela Capital sul-mato- -grossense.

“Campo Grande teve um crescimento médio de 2,4%, e o comércio atacado cresceu 5%, nos dois últimos anos. Então, é um cenário muito positivo, tanto no que diz respeito ao potencial de consumo das famílias quanto no que está girando ou pode girar, ainda esse ano, no comércio de Campo Grande e no Estado. Uma análise positiva, em relação à quantidade de empresas que podem atender essa demanda”, esclarece.

Entre 2019 e 2023, na média nacional, o crescimento do varejo foi 3,2%. Enquanto que em Mato Grosso do Sul, esse crescimento foi muito superior, de 23,8%. Pazzini atribui esse saldo positivo ao segmento de joias.

“Destaque positivo para o segmento de joias, bijuterias e armarinhos, que cresceu 159%. Em segundo lugar, vem negócios imobiliários e artigos do lar, com desempenho de 42%. Campo Grande teve um desempenho mais satisfatório ainda, crescendo 24,7%. Joias, bijuterias e armarinhos cresceu mais de 175% e mobiliárias e artigos do lar puxou esse crescimento, com 43,7% de variação positiva”, ressaltou.

O que ainda não voltou depois da pandemia é a quantidade de empresas do comércio. Tanto o comércio atacadista como varejista apresentam uma quantidade menor de empresas em 2023, comparativamente ao que tinha-se em 2019. E isso acontece na Capital, no Estado e também na média nacional, ou seja, recuperamos os valores de potencial de consumo da população no varejo, mas a quantidade de empresas diminuiu.

Principalmente por conta da pandemia, muitas empresas não tiveram fôlego financeiro para aguentar aquele baque e, de repente, fecharam as portas e, na verdade, a pandemia foi um filtro para que a gente tivesse empresas uma quantidade menor, mas, de repente, hoje, com uma saúde melhor do a que tínhamos em 2019.”

Varejo nacional

O varejo brasileiro deve movimentar, até o final deste ano, R$ 437,8 bilhões, o que representa uma vantagem de 3,2% em relação a 2019, quando esse número foi de cerca de R$ 424 bilhões. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos, com base em dados oficiais.

Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo levantamento, após amargar um grande prejuízo em 2020, nos anos seguintes o setor vinha apresentando uma lenta recuperação, até então, aquém do potencial de consumo obtido antes da covid-19. Em 2022, por exemplo, as despesas da categoria somaram R$ 412,2 bilhões. “Só agora, com uma alta de 6,2%, em relação ao ano passado, é que os números apontam para um cenário mais otimista, indicando a retomada, de fato, do varejo na economia brasileira”, afirma Pazzini.

Nos cálculos acima, são levadas em conta despesas com artigos de limpeza; mobiliários e artigos do lar; eletroeletrônicos; vestuário confeccionado; calçados; e joias, bijuterias e armarinhos.

Outro destaque do estudo refere-se ao aumento de 1,9% na quantidade de comércios varejistas e atacadistas no país. Segundo o IPC Maps, de 2022 para cá, foram abertas 103.477 novas lojas, totalizando, atualmente, 5.462.002 unidades instaladas no Brasil.

Sobre o IPC Maps 

Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta, em números absolutos, o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do país, com base em dados oficiais, por meio de versões em softwares de geoprocessamento. Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços etc., possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, Estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores. Além disso, apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.

Por – Suzi Jarde.

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