Lojas de ‘bikes’ tiveram aumento de até 70% na procura pelo produto
Com a gasolina custando R$ 6, os campo-grandenses já estão buscando alternativas para economizar. Uma delas é aderir o uso de bicicleta para ir ao trabalho. Com isso, algumas pessoas relataram economia entre R$ 200 e R$ 600 no fim do mês. Paralelamente a essa nova rotina, nas lojas da Capital, a procura por “bikes” aumentou entre 30% e 70%.
O grupo de ciclistas Os Parças Pedal Clube tem 92 participantes, sendo que 22 pessoas usam a bicicleta como meio de transporte. O grupo Pedal Crazy tem 62 participantes e alguns deles, além de terem gosto pelo esporte, veem o uso da bicicleta como um fator importante para economizar. É o caso da ciclista Eliete Siqueira, de 38 anos.
“Eu pedalo há 2 anos com o grupo Pedal Crazy. Quando comecei a pedalar, peguei gosto por esse esporte então eu resolvi conciliar a bike ao trabalho também. E agora com esse valor da gasolina, está sendo mais do que necessário usar ela como meio de transporte. Foi uma economia de mais de R$ 100. Carro e moto agora é só pra sair com a família”, pondera.
Aumento na procura
No estabelecimento Ciclo Estrela, o proprietário Jayme Ulysses relata que, de janeiro a março, a procura por bicicletas aumentou em 30%. “Com o combustível mais caro, as pessoas estão querendo colocar a bicicleta para rodar. Percebi que do começo do ano até agora, em torno de 30% a mais vieram procurar alegando sobre o preço da gasolina”, ressalta.
Na World Bike Shop não tem sido diferente, e a procura pelo produto para ir ao trabalho cresceu bastante em relação ao ano passado. Segundo a gerente, que preferiu não se identificar, a elevação foi de 50%, quando começou a majoração sequencial da gasolina.
Já na Concept Bike Shop, o avanço na procura foi de 60% para mais em relação a 2020. As vendas aumentaram em 70% e o serviço, 80%. “A procura de bicicletas aumentou bastante. Alguns clientes já chegaram a falar do motivo do preço da gasolina, mas a maioria é para exercício”, explica a proprietária Tatiane Lopes.
A loja 67 Bikeshop começou a funcionar há quatro meses e já está apresentando bons resultados. No local, muitos clientes relatam sobre a economia que a bicicleta proporciona. “Realmente a procura tem sido grande, nós começamos a quatro meses e a procura é diária. De dezembro até março, a alta foi de 70%, mas principalmente faz duas semanas o movimento aumentou bastante também. Eles relatam que é por conta da economia e também para fazer exercícios”, relata o gerente Marcos Aurélio.
Sem produto
A falta de produto diante da maior procura é relatada por muitos empresários do setor. . “As vendas estão complicadas, porque está sem produto por conta da pandemia. Tem problema com matéria-prima e importação, pois tem muito material que vem de fora e eles não estão conseguindo entregar”, enfatiza a gerente da World Bike.
Na Concept Bike Shop, a proprietária reforça que faltam bicicletas no mercado e as entregas ainda não se normalizaram.
Conforme informações da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), em 2021, as fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) deverão produzir 750 mil unidades de bicicletas. O número será 12,8% maior do que a produção de 2020, que finalizou o ano com 665.186 unidades.
Em janeiro, a produção foi de 56.981 unidades, sendo 44,6% maior que as 39.400 bicicletas fabricadas em dezembro. No mesmo período do ano passado, a variação foi de 1% a mais (56.410).
(Texto: Izabela Cavalcanti)