O mercado da soja intensifica suas baixas na Bolsa de Chicago no início da tarde desta segunda-feira (16). Por volta de 12h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam mais de 13 pontos entre os principais contratos, levando o maio a US$ 8,34 e o julho a US$ 8,43 por bushel.
Os traders seguem muito atentos às notícias ligadas à pandemia do coronavírus e aos efeitos da doença mundo a fora. Caem, além da soja, todos as demais commodities, incluindo o dólar, que mais cedo perdia mais de 3%, e agora marca baixa de 0,65%.
“A expectativa para esta semana é de que as atualizações sobre o Covid-19 devem continuar ditando a direção dos preços. Agora que os EUA declararam emergência nacional devido ao surto do coronavírus, o mercado tende a ficar ainda mais suscetível a mudanças a toda hora no humor de traders e investidores”, explica Steve Cachia, consultor de mercado da AgroCulte e da Cerealpar.
O mercado, no entanto, segue nas expectativas de que uma vacina possa ser logo disponibilizada para, ao menos, estancar as perdas e pelas preocupações que são crescentes e se intensificam com rapidez. “Mas, até la, a postura dos investidores tende a continuar sendo uma de cautela e proteção”, completa Cachia.
No Brasil, também como reflexo desses temores e de uma elevada aversão ao risco, o dólar sobe forte frente ao real nesta segunda-feira e, mais uma vez, chegou a se aproximar dos R$ 5,00. Por volta de 13h10 (Brasília), o avanço da divisa era de 3,48% para R$ 4,98.
E este avanço da divisa se mantém como a principal vantagem do produtor brasileiro de soja. Enquanto o dólar sobe, o movimento neutraliza as baixas observadas pela oleaginosa na Bolsa de Chicago, mantendo as cotações bastante atrativas e remuneradoras para a soja nacional. São indicativos perto de R$ 100,00 por saca nos portos do Brasil.
“A vantagem no Brasil e que o dólar está em patamares que oferece bom suporte as cotações de soja e milho em reais”, diz o consultor da Cerealpar.
Além disso, ainda como explica Cachia, o mercado internacional da soja é pressionado ainda pela ausência da China no mercado norte-americano. E enquanto isso, os chineses seguem focados no mercado brasileiro.
(Texto: Notícias Agrícolas)