Um em cada quatro benefícios previdenciários do Executivo Federal é pago a servidor inativo há mais tempo do que o período no qual o titular passou trabalhando. Ao todo, 110,1 mil dos 400 mil beneficiários do RPPS (Regime Próprio de Previdência dos Servidores) estavam nessa situação no fim de 2018. Juntos, eles recebem R$ 11,6 bilhões por ano, com uma média anual de R$ 110 mil para cada.
Um exemplo disso é o benefício mais antigo ainda em pagamento. Ele se refere a um agente de serviços de engenharia do Ministério dos Transportes que entrou no cargo em 1923 e trabalhou por 412 meses, ou um pouco mais de 34 anos. Desde a sua aposentadoria até o fim de 2018, já se passaram 749 meses, ou 62 anos. Segundo o Ministério da Economia, em grande parte são casos de “instituidores de pensão. Aposentados que faleceram e deixaram o benefício para dependentes previstos em lei”, explicou a pasta.
Muitos outros servidores civis se encontram nessa realidade. Há três aposentadorias ainda pagas a servidores que foram para a inatividade na década de 1940. Quase 50 benefícios são para pessoas que se aposentaram na década de 1950, e existem 542 casos de aposentadorias realizadas na década de 1960.