Sem matéria-prima, preços de carros sobem mais de 50% na Capital

Reprodução/Internet
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Segundo diretor comercial, não há mais veículos por menos de R$ 55 mil

O mercado de automóveis no Brasil tem registrado altas expressivas nos preços de carros de qualquer modelo e marca. Segundo dados da empresa Kelley Blue Book, que avalia e pesquisa o segmento, o valor médio de um veículo novo triplicou em dez anos no país. Em Campo Grande, a situação se repete
em várias lojas da cidade, que já percebem um aumento de mais de 50%.

De acordo com o diretor comercial da Fiat, William Almeida, atualmente não é possível adquirir um carro por menos de R$ 55 mil. “Hoje, um veículo com ar-condicionado, direção e travas elétricas não custa menos de R$ 55 mil. O carro ainda é um produto de desejo de muitas pessoas”, disse.

Almeida revela ainda que a diferença de preços ocorre todo mês e explica alguns fatores que contribuem para a elevação. “A cada mês deste ano tem aumentado mais ou menos 1,7%. De setembro de 2020 até agora, a variação é de 12%, aproximadamente. Está faltando matéria-prima, semicondutores e produtos no mercado. As montadoras e fornecedoras também tiveram muitos cortes, diminuíram colaboradores”, contou.

O consumidor já constata as altas no varejo de automóveis e, mesmo pesquisando a fundo, não encontra muitas opções. É o caso do economista Rodrigo Guerra Teixeira, que decidiu trocar seu carro por um novo, teve de escolher pela opção mais vantajosa, e mesmo assim identificou que sua compra correspondeu a um aumento de metade do valor negociado há dois anos em um veículo de mesmo modelo.

Fila de espera

Além do encarecimento, o comprador se depara com outro dilema nas concessionárias: a entrega demorada do produto. “A maioria das marcas já falam que a entrega deve ocorrer de 90 a 120 dias, dependendo do modelo. Para o consumidor, esse prazo de entrega já é comum. A procura está muito grande e não temos veículos para atender a demanda”, salientou o gerente.

“As pessoas vêm aqui, mas não estão tendo muita opção de escolha. Às vezes, temos ou não uma quantidade do modelo solicitado. E aí, acabam comprando o que tem a pronta entrega ou uma versão que vá atender, pois a necessidade pode ser urgente. Não está sendo mais possível você chegar, desenhar um carro, analisar e comprar”, informou William Almeida.

Segundo o diretor comercial, existem mais de 200 mil veículos na fila de espera para serem entregues a locadoras que fecharam pedidos com fabricantes pelo país. Ele também comenta que, se houvesse disponibilidade imediata da Fiat Strada, seria possível vender cerca de 100 a 200 unidades do modelo por mês. Hoje, as vendas chegam a 50, em média.

(Texto: Felipe Ribeiro)

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