Rodoviária tem movimento intenso no último dia do ano e passageiros reclamam do preço das passagens

Foto: arquivo
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Alta demanda atrasa embarques, encarece viagens e amplia fiscalização nas estradas durante as festas

O Terminal Rodoviário de Campo Grande registra movimento intenso neste período de fim de ano, impulsionado por viagens de retorno após as festas e deslocamentos de quem precisa retomar a rotina de trabalho e estudos. Com o aumento da demanda, passageiros relatam passagens mais caras, ônibus lotados e dificuldades para garantir vagas, especialmente em rotas para o interior e outros estados.

Estudante de Medicina, Paulo Vitor, de 24 anos, enfrentou uma longa viagem de retorno após passar o fim de ano com a família em Brasília e Paracatu (MG). Morador de Ponta Porã, ele conta que costuma viajar duas vezes ao ano, em junho e dezembro, e percebeu um aumento significativo nos valores em 2025. “Subiu bastante o preço das passagens, tanto de avião quanto de ônibus. Está bem mais caro do que no começo do ano”, afirma.

Além do valor, o estudante relata que a alta procura comprometeu o deslocamento. Segundo ele, o ônibus estava lotado e houve atraso, o que prolongou a viagem em quase dois dias. “Era para eu ter chegado antes de ontem em Campo Grande, mas só consegui ontem. Perdi a conexão, fiquei mais de cinco horas na garagem tentando resolver, até conseguirem devolver o dinheiro da passagem”, relata.

Sem muitas opções de horários disponíveis, Paulo precisou comprar outra passagem na mesma empresa para seguir até Ponta Porã. Ele ainda considerou aceitar caronas oferecidas por motoristas no entorno da rodoviária, mas optou por aguardar. “Para conseguir passagem agora, só tem horário à noite. Se quisesse chegar mais rápido, teria que pegar alguma carona”, completa.

Taxistas aproveitam alta demanda
O aumento do fluxo também impacta quem trabalha no entorno do terminal. Taxista que atua na rodoviária, relata que o movimento mais que dobra nesta época do ano, principalmente com passageiros que precisam seguir viagem rapidamente. “No fim de ano, o movimento mais que dobra. Muita gente desce aqui e precisa ir correndo para o aeroporto, então a gente acaba fazendo bem mais corridas do que em dias normais”, afirma.

Segundo ele, o período acaba sendo uma oportunidade de renda extra para os profissionais do transporte.

Fiscalização reforçada
Com o aumento do fluxo de veículos nas estradas, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) intensificou as ações de fiscalização em Mato Grosso do Sul. De acordo com o inspetor Fábio Sodré, do Núcleo de Comunicação da PRF, as operações fazem parte da Operação Rodovia 2025/2026, que segue até fevereiro.

“Encerramos a Operação Natal e iniciamos agora a Operação Ano Novo, que vai até o dia 4. O objetivo é intensificar as fiscalizações para coibir manobras perigosas e promover ações de conscientização”, explica.

O inspetor reforça a importância da documentação em dia e da manutenção preventiva dos veículos, especialmente diante da previsão de chuvas nos próximos dias. “Pneus, freios, iluminação e suspensão precisam estar em boas condições. O motorista deve ter paciência, respeitar os limites de velocidade e fazer ultrapassagens apenas quando for seguro”, orienta.
A PRF também chama a atenção para o transporte correto de bagagens dentro dos veículos, evitando objetos soltos ou pontiagudos que possam causar ferimentos em caso de freadas bruscas ou acidentes.

Ação educativa no terminal

Além da fiscalização nas rodovias, a PRF realizou, nos dias 23 e 30 de dezembro, a ação educativa “Embarque Legal” no Terminal Rodoviário de Campo Grande. A iniciativa integra a Fase I da Operação Rodovida 2025/2026 e tem foco na conscientização de passageiros e motoristas sobre segurança no transporte rodoviário.

Durante a ação, foram repassadas orientações sobre o uso do cinto de segurança, escolha de empresas regulares, cuidados no embarque e desembarque, além da importância das condições dos veículos e da conduta dos condutores.

Em Mato Grosso do Sul, a atividade contou com a atuação integrada da PRF, DETRAN-MS, Agetran Campo Grande, Concessionária Motiva Pantanal e outras instituições do GGiT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito).

Por Gustavo Nascimento

 

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