Com o intuito de pressionar instituições financeiras por reajuste salarial e condições de trabalhos justas, incluindo atendimentos melhores à população, a reivindicação intitulada “Cachorrada dos bancos” aconteceu na manhã de segunda-feira (19), em frente à agência do Bradesco, localizada na esquina das avenidas Afonso Pena com a Calógeras. Na Capital, a manifestação é uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, e a mobilização ocorreu em todo o país.
A mobilização iniciou na noite do domingo (18) quando foram colados cartazes nas principais agências bancárias do centro de Campo Grande. Em uma ação simbólica, bancários distribuíram cachorro-quente para a população e clientes do banco como protesto aos reajustes, proposto pelas instituições financeiras, que podem precarizar os direitos e rebaixar os salários dos trabalhadores. “Os bancários estão se manifestando não só no sentido de melhoria de salário, mas também de condições de trabalho e principalmente no que diz respeito ao atendimento à população. São poucos funcionários para atender, isso gera fila, descontentamento e a população é atingida”, protesta o secretário-geral do sindicato dos bancários de Campo Grande e região, Vicente Cleber Rodrigues.
A mobilização não está restrita a Capital, enfatiza o secretário-geral que destaca casos regionais, e para além de Mato Grosso do Sul, de municípios que tiverem agências fechadas, obrigando a população a buscar atendimento em cidades próximas.” Brasil afora, Mato Grosso do Sul também tem casos assim, que o município nem banco tem. A única agência que tinha foi fechada. E a população? Imagina os aposentados ter que recorrer a outras cidades, deslocar para ter um atendimento bancário”, argumenta.
Segundo Vicente Rodrigues, nos últimos dois anos, mais de 3.200 agências foram fechadas no Brasil. “São poucas agências para atender! Você vê aqui, quem mora em Campo Grande sabe, a quantidade de agências que havia no centro. E esse movimento é justamente para combater isso: essa falta de atendimento, as poucas agências e essa população é bastante atingida com isso”, reitera.
Há mais de dois meses em negociação, de acordo o secretário de finanças José dos Santos Brito, o modelo de trabalho proposto pelas instituições financeiras, de supressão de agências e equipe reduzida, tem impactado diretamente a saúde dos funcionários, abrangendo, assim, a manifestação também para uma denúncia.
“Eles demitem os funcionários, fecham agências e, os que ficam nas unidades bancárias, estão sobrecarregados. Ou seja, adoecem os funcionários. Nós queremos denunciar a alta lucratividade que os banqueiros estão tendo e mau atendimento que eles prestam a sociedade”, sublinha José dos Santos.
A possibilidade de greve não é descartada, embora instituições ainda não tenham apresentado uma proposta que contemple a solicitação dos trabalhadores. Porém, por hora, o intuito do Sindicato é estabelecer um diálogo com agências bancárias a fim de estabelecer uma negociação e chegar a um acordo.
“Essas mobilizações que nós estamos fazendo é justamente para pressionar os bancos, a dialogar conosco com o movimento do Comando Nacional dos bancários que está na mesa de negociação em São Paulo, onde é o fórum que discute essa negociação. Então não está descartada a greve, mas é o último recurso. Nós não queremos prejudicar a população. Queremos que nossa pauta seja atendida”, enfatiza o secretário-geral.
Por Ana Cavalcante e Inêz Nazira
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram