Reajuste da conta de luz impulsiona aumento da inflação

Redução do ICMS
Foto: Arquivo/Governo de MS

No ano, índice já acumula alta de 2,75% em Campo Grande

A inflação de Campo Grande teve aumento de 0,89%, no mês de abril, impulsionado pelo reajuste da energia elétrica. O percentual representa impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.) no comparativo com o mês de março (0,68%). Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado ontem (11), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No ano, o índice acumula alta de 2,75% e, nos últimos 12 meses, de 3,21%. Se comparar com abril de 2022, a inflação de Campo Grande ficou em 1,21%.

O setor de habitação obteve a maior variação e impacto entre os nove produtos e serviços pesquisados, por incluir a energia elétrica. A variação é de 1,97%, enquanto o impacto é de 0,30 p.p., neste caso. No mês de março, o item havia apresentado queda de 0,17% e em abril voltou a subir.

“A energia elétrica como é um insumo primário, tem uma reação em cadeia, o que a gente chama de efeito dominó”, explica a presidente do Concen-MS (Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Energisa de Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa.

A representante ressalta também que qualquer reajuste que impacte serviços primários irá ter a repercussão em larga escala, fazendo com que o consumidor sofra duplamente, uma vez que é ele quem arca com o reajuste direto sobre a conta de luz e também sobre os demais produtos e serviços impactados.

“Por exemplo, o comércio assume uma parte dos custos, mas repassa grande parte para o consumidor, então teremos um aumento no pão, no supermercado na parte de frios, no hortifrúti, tudo que envolva o consumo de energia será impactado. Então, de fato, temos um problema que se multiplica”, pontuou Rosimeire.

Economia

Alimentação

Alimentação e bebidas obtiveram, juntos, aumento de 1,20%, influenciado pela alimentação no domicílio, que passou de -0,13%, em março para 1,44%, em abril.

Entre os itens que se destacaram na alta de preços estão os produtos de hortifrúti: tomate, com 19,55%, seguido pela batata-inglesa (19,16%). O feijão-carioca (11,79%), o queijo (6,17%) e o leite longa vida (6,02%), também se destacam pela alta, no grupo alimentação. Por outro lado, alguns itens registraram queda, sendo eles a maçã (-10,63%), cebola (-7,04%), frango inteiro (-4,37%) e o óleo de soja (-3,64%).

Quando se trata de alimentação fora de casa, a variação encontrada foi de 0,48%, desencadeando aumento de 0,19%, se comparado ao mês de março. O lanche desacelerou de 0,03% para -0,24%, a refeição (0,96%) ficou com resultado acima do registrado em março (0,22%), em Campo Grande.

Transporte

Apesar de apresentar elevação de 0,17%, na Capital, o grupo transporte contribui com impacto de apenas 0,04 p.p. Situação que ocorreu devido à queda na gasolina.

O transporte acumula 3,63%, até o momento. O destaque no percentual vai para conserto de automóvel, impactando em 2,75%, contribuindo para o índice em 0,06 pontos percentuais.

O maior aumento veio das passagens aéreas (22,84%), que acumulam 33,68%, no período de 12 meses. Entre as quedas, automóvel novo (-2,64%) teve o maior impacto negativo (-0,08 p.p.). Na gasolina (- 0,99%) o impacto é de -0,07 p.p.

Análise

O economista Eugênio Pavão detalha o cenário econômico de Campo Grande, diante da alta da inflação, influenciada pela mudança na conta de energia elétrica.

“Esse aumento ocorre entre quatro e cinco anos e leva em conta parâmetros das tarifas, operação e equilíbrio pela concessão, com um aumento esperado, mas não desejado, pois afeta praticamente todos os consumidores do Estado.”

Para maio, Pavão relata que a expectativa para o índice inflacionário é de recuo. “Em Campo Grande e no Brasil, a inflação será menor, com poucos reajustes nas tarifas controladas pelo governo (luz, água, telefone etc), já que aluguéis apresentam índices baixíssimos”, concluiu.

Conta de luz

No dia 4 de abril, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou o RTP (Revisão Tarifária Periódica) da Energisa Mato Grosso do Sul. O valor médio reajustado ao consumidor ficou em 9,28%.

A nova tarifa começou a vigorar no dia 8 do mês passado, impactando 1,1 milhão de pessoas. Os consumidores da alta tensão tiveram aumento de 6,28%, os de baixa tensão tiveram 10,48% a mais por kWh. Para os residenciais, o índice é de 9,58%.

Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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