A colheita mal começou e os produtor rurais já estão com os insumos necessários para a semeadura do milho em suas propriedades, aguardando apenas a retirada da soja para iniciarem a operação. E mais: o aumento previsto na área cultivada do milho safrinha é de 12,9%, superando os 2 milhões de hectares.
A produtividade esperada é de mais de 5 mil quilos por hectare, alta de 7,4%, e totalizando uma produção de 10,4 milhões de toneladas do cereal, 21,3% a mais que na safra passada. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, na quinta-feira (11).
A pesquisa mostrou uma alta na produção, produtividade e área referente à produção agrícola do Estado. O estudo aponta que o aumento registrado em Mato Grosso do Sul é o maior do Centro-Oeste e o segundo maior do país, em área e volume previstos para a temporada.
Na avaliação da analista técnica do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Bruna Dias, o resultado do investimento do produtor rural nas lavouras do Estado está associado à demanda. “Motivadas pelo forte percentual comercializado, as demandas interna e externa aquecidas colaboram para o atual cenário de expansão da soja e do milho, o que favorece as expectativas do produtor rural.”
Diante disso, a especialista fala do valor praticado no mercado agrícola e reforça o perfil sustentável do agricultor. “A alta das cotações no mercado doméstico, aliada ao aumento da demanda externa, impulsiona a expansão da área plantada – crescimento que se dá por meio da mudança no uso do solo, ou seja, transformando áreas de pastagem acometidas com algum nível de degradação em áreas produtivas.”
De acordo com os números da Conab, a previsão para a área do plantio de grãos em Mato Grosso do Sul é de 5,4 milhões de hectares, com alta de 7,1% em relação ao ano anterior. A produção está prevista para os 22,5 milhões de toneladas, 9,4% a mais que na safra anterior. Em ambos os casos, é o segundo maior aumento do país e o maior avanço do Centro-Oeste.
A produtividade está prevista em 2.227 quilos por hectare, 11,4% a mais que na safra anterior, quando para cada hectare era possível colher 2 mil quilos de grãos. Já o avanço da produtividade de grãos é proveniente de uma combinação de fatores, como manejo, tecnologias de aplicação e variedades adequadas ao clima e solo do Estado.
Vale destacar que, cada vez mais, Mato Grosso do Sul tem incorporado tecnologias desenvolvidas nos centros de pesquisa de campo, como Embrapa, Fundação MS, Fundação Chapadão e Universidades. Todas essas iniciativas conferem um elevado nível de sustentabilidade ao processo de expansão da cultura em Mato Grosso do Sul.
(Texto: Rosana Siqueira)