Boletim deste mês da Conab traz projeções mais otimistas para os agricultores de Mato Grosso do Sul
Boletim de agosto da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou a previsão da safra de grãos 2019/2020 em Mato Grosso do Sul para produção de 19,9 milhões de toneladas, salto equivalente a 182,3 mil toneladas em relação ao levantamento de julho.
A melhora se deve à melhoria nos índices de produtividade do milho segunda safra, que passou de 4.600 kg/ha para 4.700 kg/ha. Assim, a cultura deve render 8,648 milhões de toneladas nesta temporada, queda de 7,7% em relação à safra passada. O boletim de julho estimava recuo maior, de 9,7%.
O 11º boletim mensal da safra de grãos da Conab apontou ainda que o país deve registrar uma nova safra recorde, com crescimento de 4,8%, o equivalente a 11,6 milhões de toneladas sobre a produção passada.
Para Mato Grosso do Sul o estudo indicou um crescimento de 3,2% na área plantada, passando dos 4.871 milhões de hectares na safra 18/19 para 5,029 milhões na atual. Já em produtividade o crescimento esperado é de 5,2%, saindo de 3.760 kg/ha para 3.957 kg/ha.
Contudo, a variação mais expressiva, de 9,6%, foi a projetada para a produção total, que deve chegar aos 27,183 milhões de toneladas, volume superior as 24,638 milhões de toneladas da temporada 2018/2019.
Em Mato Grosso do Sul, os números indicam que as lavouras foram bastante prejudicadas em relação à safra passada, mas com impactos menores do que se imaginava, o que possibilitará melhores resultados neste período.
De acordo com a companhia, destaque entre as culturas que mais contribuíram para os resultados no país estão a soja, que já tem garantida a produção recorde estimada em 120,9 milhões de toneladas, com ganho de 5,1%.
Também o milho total, recorde assegurado pelos seus 102,1 milhões de toneladas, já encerrou a primeira safra e caminha para o fechamento da segunda.
Nas culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale) que finalizam o plantio em agosto, a estimativa é de crescimento de 12,1% na área plantada, com destaque para o trigo, que sinaliza um crescimento de 14,1% e alcance de 2,33 milhões de hectares. A depender da ajuda climática, a produção deve chegar a um recorde de 6,8 milhões de toneladas.
Já no algodão, arroz e feijão, o primeiro, deve obter um crescimento de 5,4%, com produção de 2,93 milhões de toneladas de pluma beneficiado pelas condições climáticas, que favoreceram o bom desenvolvimento das lavouras. Por sua vez, o arroz deve crescer 6,6% e colher 11,2 milhões de toneladas. Dessas, 10,3 milhões em áreas de cultivo irrigado e o feijão total cresce 5,4%, alcançando 3,18 milhões de toneladas, dependendo da terceira safra que está em fase de colheita.
Quando se analisam as projeções climáticas para os meses de agosto, setembro e outubro, a Conab estima que a maior parte das regiões Centro-Oeste, Sudeste, centro-sul da região Norte e o semiárido, que estão em seu período climático seco até setembro, podem registrar chuvas na segunda quinzena de agosto.
Com tamanha produção de grãos, as exportações no caso da soja devem continuar sendo beneficiadas pelo câmbio elevado e as negociações antecipadas que já estão ocorrendo.
Outro produto que promete garantir bons resultados no mercado internacional é o arroz, que para a safra atual, com uma balança comercial superavitária estimada em 400 mil toneladas e crescimento do consumo, projeta-se preço elevado ao longo de todo o período de comercialização da nova safra.
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(Texto: Michelly Perez com Jones Mário)