Postos fazem reajustes e litro da gasolina volta a ficar acima dos R$ 4

De acordo com um último balanço semanal divulgado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), os valores cobrados pelo litro da gasolina, que já estavam reagindo nas últimas semanas, entre 14 e 20 de junho ultrapassaram a marca dos R$ 4 em Campo Grande, ao preço máximo de R$ 4,099.

De acordo com o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), mesmo os empresários tentando segurar os reajustes, as modificações no mercado internacional serão cruciais para os próximos repasses. A previsão é de que ainda sejam incrementados mais R$ 0,15 na gasolina e R$ 0,30 no óleo diesel.

Na tarde de ontem (23), a equipe do jornal O Estado esteve no centro da Capital e identificou que no posto Shell da Avenida Calógeras o litro da gasolina custa R$ 4,119. No mesmo local, o etanol é comercializado a R$ 2,989 e o diesel a R$ 3,069. Além disso, no posto Petrobras da Avenida Fernando Corrêa da Costa a gasolina foi encontrada custando R$ 4,099, o etanol a R$ 3,099 e o diesel a R$ 3,359. Por último, no São Leopoldo, da Rua Ricardo Franco, na Vila Sobrinho, o preço da gasolina é de R$ 4,058, do etanol de R$ 3,058 e do diesel de R$ 3,099.

Na sexta-feira (19), a Petrobras anunciou aumento de 5% no preço da gasolina nas refinarias e de 8% para o diesel. Com base nas análises realizadas pela ANP, na última semana de maio (entre os dias 24 e 30), o valor médio cobrado pelo litro da gasolina era de R$ 3,855, com preço mínimo de R$ 3,749 e máximo de R$ 3,987. Aproximadamente um mês depois, o relatório dos dias 14 a 20 de junho revelou que o valor médio era de R$ 3,969, com mínimo de R$ 3,869 e máximo de R$ 4,099.

Com isso, é possível identificar que os preços na Capital, mesmo com a queda nas vendas em torno de 35% e a concorrência bastante acentuada, chegam a variar R$ 0,35 no período. Já o preço médio do diesel variou de R$ 3,028 – entre os dias 24 e 30 de maio –, com preço mínimo de 2,899 e máximo de R$ 3,299, para R$ 3,038, na semana entre os dias 14 e 20 de junho, com valor mínimo de R$ 2,799 e máximo de R$ 3,299.

Edson Lazarotto, gerente- -executivo do Sinpetro-MS, defende que, do início de maio até 15 de junho, a gasolina teve reajuste de 52% nas refinarias, e empresas do segmento “seguraram” pelo menos 50% dos reajustes que deveriam ter sido repassados aos consumidores, na tentativa de minimizar os impactos provocados pela queda de aproximadamente 35% nas vendas. Contudo, com o mercado externo reagindo nas últimas semanas, ele afirma que os reajustes tendem a pesar no bolso dos consumidores.

“Desde maio até agora, mais de seis reajustes foram represados pelos postos em razão da queda nas vendas e da concorrência. A retomada das vendas está muito devagar, já que muitas empresas ainda estão em home office, sem aulas presenciais. A tendência seria repassar sempre os aumentos, mas os compromissos de contratos com as distribuidoras fazem com que o empresário nem sempre atualize os aumentos na totalidade. Embora nosso mercado tenha deixado de repassar 50% dos aumentos ocorridos desde maio, tentando diminuir custos e preservando o emprego de seus colaboradores, a tendência agora é de reajuste”, pontuou.

Questionado sobre outros fatores que podem contribuir para a retomada dos preços, além do cenário no mercado externo e das variações na cotação do dólar, Lazarotto explica que os valores cobrados pelo etanol também podem influenciar.

“O mercado é livre, cada empresário tem total liberdade para ajustar ou não seus preços, mas em decorrência dos preços do barril de petróleo no mercado internacional estarem em alta, bem como a oscilação do dólar, é necessário observar que o aumento dos preços do etanol também interferem no custo da gasolina, que recebe 27% desse produto na sua composição. No que se refere ao diesel, o biodiesel adicionado voltou para 12% na mistura, portanto, representa um custo adicional de mais ou menos R$ 0,04 na composição de preços”, explicou.

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(Texto: Michelly Perez/ publicado no site por Karine Alencar)

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