Popularizadas, corridas de rua custam de R$ 20 mil a R$ 200 mil para organizadores

FIEMS/ Divulgação
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Ao trazer visitantes de outros municípios e estados, eventos ajudam a fomentar outros segmentos de MS

Em uma crescente, as corridas de rua têm se tornado fator de movimentação econômica não só para a Capital sul-mato-grossense, como em todo o Brasil. Com o objetivo de fazer uma atividade física ou desenvolver um hobby, ao que parece, a aceitação tem sido cada vez maior por parte do público. A Corrida Pantanal, realizada pelo Sistema Fiems, Sesi e TV Morena, que acontecerá no dia 22 de setembro, é um dos exemplos de sucesso do esporte, com 20 mil inscrições feitas em apenas 1h30. Embora essa corrida em específico seja gratuita ao público, há diversas outras que fazem a cobrança pela participação no evento, que varia de preço de acordo com diversos fatores.

O coordenador e organizador de corridas da Bolt Produções, Carlos Porto, argumenta que os fatores para definir o valor de uma corrida são diversos. “O 1º fator é a quantidade de atletas, o 2º é quem irá compor a corrida e o 3º é se a corrida é gratuita ou de cooperação. Em MS nós temos diversas corridas acontecendo, algumas são gratuitas, outras organizadas por empresas que têm um custo com camiseta, troféu e medalha. Não é tão fácil de mensurar, mas tem corrida que custa R$ 20 mil, tem corrida de R$ 80 mil e tem corrida de 200 mil reais. Então, assim, depende muito das coisas que compõem o evento que vai ser realizado”, explica o profissional.

Dados da ABCR (Associação Brasileira de Corridas de Rua), São Silvestre e Ticket Sports mostram que em 2023, foram realizadas 150 mil corridas de rua, o que representa um aumento de 13% no número de participantes em comparação com 2022. A estimativa atual é que haja, em 2024, pelo menos 13 milhões de corredores em todo o país.

Conforme pontua Porto, o Estado de MS tem sido extremamente competitivo no ramo, com tipos de corridas variadas, sendo elas gratuitas, corporativas e temáticas. “A nível nacional as corridas também aumentaram muito, tem pesquisa dizendo que houve um aumento de mais de 25% no mesmo período do ano passado e isso influencia demais na questão do mercado”, argumentou o especialista, que pontuou que a falta de um padrão de corrida e de organização dificulta o trabalho, já que corridas mais baratas não oferecem boa infraestrutura, em sua maioria, aos corredores.

Maratona de Campo Grande 

No dia 7 de julho de 2024, a Capital sul-mato-grossense sedia a 3º edição da Maratona de Campo Grande, a única homologada de Mato Grosso do Sul. Em 2023, participaram da corrida dois mil corredores. Desse total, 75% visitaram uma ou mais lojas na Cidade da Maratona e pelo menos 60,8% compraram algum item, o que demonstra um fomento à economia da Capital.

Neste ano, o número de inscritos previstos é de três mil corredores, com mais de sete mil pessoas circulando dentro da Cidade da Maratona. Para a responsável pela organização da prova, Kassilene Cardadeiro, eventos como as corridas esportivas colocam em foco a Capital sul-mato-grossense, ao popularizar e trazer milhares de atletas para a cidade, assim como ocorre em tradicionais corridas de outros estados, a exemplo a Maratona do Rio, Maratona de Porto Alegre, Volta da Pampulha e São Silvestre. Além de trazer um incremento indireto na economia local.

“Estamos falando de movimentação de bares, restaurantes, hotéis, atrativos turísticos da cidade, aumento da ocupação dos voos. É ter um evento que atenda com excelência os participantes locais, mas que tenha um apelo turístico para trazer pessoas para visitarem a nossa Capital e o nosso Estado, tendo o esporte como motivador da viagem”, destaca a organizadora.

Na 2ª edição da Maratona de Campo Grande, realizada no ano passado, 35% dos visitantes eram de outras cidades de municípios de MS e de demais estados brasileiros. Dentro do total da corrida, foi apurado pela organização que 21,6% dos inscritos de 2023 ficaram hospedados em algum hotel ou casa de aluguel.
Para o diretor-presidente da Fundtur-MS (Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, os eventos esportivos, naturalmente, geram um fluxo maior de atletas de fora da cidade e do Estado. Com isso, a expectativa para um evento de movimentação como a Maratona, gera também expectativa de um fomento a outros setores.

“Hotéis, bares, restaurantes, passeios, compras, tudo isso é movimentado com a vinda de atletas, que trazem seus familiares. A gente fica muito feliz de ser parceiro da Maratona de Campo Grande, para consolidar o Estado também como um destino da prática de eventos esportivos”, afirma.

O presidente do Sindha (Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Mato Grosso do Sul), Juliano Battistel Wertheimer, completou que o evento fomenta a economia, uma vez que o turista vem antes e aplica uma série de valores em atividades que alimentam a produção e enriquecem a cidade.

“Um evento como a maratona é fundamental para o movimento do turismo no município e para o fomento da economia, uma vez que o turista normalmente vem um dia antes, fica um dia depois, traz a família, se hospeda, passeia, compra, aluga carro, vai a bares e restaurantes, então é fundamental para a alimentação de toda a cadeia produtiva e para o enriquecimento da nossa cidade”, destaca Wertheimer.

Para o presidente do CET-MS (Conselho Estadual de Turismo), Marcelo Mesquita, um evento como a Maratona além de gerar um fluxo de turistas, também traz uma visibilidade importante para a cidade. “Sempre foi um grande desafio fazer com que o cidadão campo-grandense veja sua cidade com uma riqueza única de atrativos turísticos capaz de gerar experiências marcantes. Com certeza o evento apresentará uma cidade capaz de receber turistas do mundo inteiro dentro dessa nova ótica. Isso faz com que os turistas possam levar essa sensação e divulgar ainda mais nossa cidade para seus amigos e parentes”, disse otimista.

 

Por Julisandy Ferreira

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