Plano Safra de 2020 vai dar R$ 15 bilhões em subsídios

O governo deve liberar R$ 15 bilhões para subvenção de juros do crédito rural no Plano Safra 2020/2021, segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Os R$ 15 bilhões são subsídios que o Tesouro Nacional vai injetar no Plano Safra para que os bancos possam cobrar juros mais baixos dos produtores rurais. Em 2019, o valor foi de R$ 10 bilhões. Se confirmado, haverá neste ano alta de 50%.

“Esses R$ 10 bilhões alavancam um valor muito maior, de 30% a 40% da safra. Neste ano nós estamos trabalhando com um número de R$ 15 bilhões”, diz a ministra em entrevista.

Tereza Cristina afirma que a intenção do governo é fazer com que os juros para o médio produtor rural –que hoje estão em torno de 6% a 7% ao ano, segundo ela– caiam para cerca de 5% a 6%.

“Existe um risco e isso tudo é calculado. Depois, você tem essa taxa de juros. Mas a agricultura pede um juro menor, em torno de 6% ou 5%. Claro que o ideal era a gente ter juro negativo. Antes da crise, no mundo tinha muito dinheiro com juro negativo. Mas hoje nós temos dificuldade, inclusive, dos investimentos de fora, de fundos que investiam em agricultura. Hoje todo mundo está com uma interrogação, todo mundo deu uma freada”, afirma.

O Plano Safra é um incentivo do governo federal a produtores rurais brasileiros com políticas que englobam assistência técnica, criação de crédito, investimento, seguro, garantia de preço e comercialização No entanto, tem dito que deve antecipar a liberação do recurso por causa da crise ocasionada pela pandemia da covid-19.

Tereza Cristina diz ainda que dos R$ 15 bilhões mais de R$ 1 bilhão será destinado para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, batendo o recorde de 2019. Será o maior volume de recursos já orçado para o programa. A intenção é dar mais segurança aos produtores rurais e suprir aqueles que sofreram com a seca no Rio Grande do Sul. Em março de 2020, mais de 200 municípios do Estado chegaram a decretar situação de emergência.

Na entrevista, a ministra também fala sobre o impacto da crise do novo coronavírus no setor do agronegócio. Diz não haver riscos na produção e sim uma possibilidade de abertura de novos mercados para o Brasil.

Tereza Cristina, no entanto, diz que o dólar alto pode impactar nos produtos que necessitam da importação de insumos para a produção. “Pode ter um efeito para a próxima safra de aumento do custo de produção”, diz.

A ministra foi indagada sobre o ritmo acelerado do governo na liberação de agrotóxicos em 2019. Afirmou que hoje há muitos pesticidas em análise e que, por ela, “poderia liberar mais novos produtos”.

Novos Mercados

Tereza Cristina afirma que não há risco de a pandemia da covid-19 afetar a produção e a logística de abastecimento das cidades brasileiras por produtores rurais. Para ela, isso demonstra o potencial do Brasil em abastecer outros países mais afetados pela crise.

Tereza Cristina afirma que há países que anteriormente tinham restrições em importar do Brasil e que agora estão consultando o Ministério da Agricultura para abertura do mercado. Para ela, é 1 momento de oportunidade para o agronegócio brasileiro.

“O Brasil é um dos poucos países no mundo, senão o único, que hoje tem um potencial para produzir e abastecer quem tiver problema de abastecimento. A gente tem tido muitas consultas de países que nós tínhamos uma certa dificuldade em encaminhar certificados sanitários, enfim, que tinham algumas barreiras aos nossos produtos. Esses países começam a consultar o Ministério da Agricultura sobre a abertura de alguns produtos para seus países. Então, existe uma preocupação no mundo com abastecimento, isso é inegável. Então, a gente tem trabalhado, mandado respostas rápidas, olhando no bom sentido uma oportunidade para o agro brasileiro abrir novos produtos e novos mercados no pós coronavírus”, afirma.

(Texto: Poder 360)

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