Obras da Rota Bioceânica avançam e chegam a 30%

Foto: Estrutura da ponte da
Rota Bioceânica/Toninho Ruiz
Foto: Estrutura da ponte da Rota Bioceânica/Toninho Ruiz

Com investimentos de U$$ 85 milhões, estrutura ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta 

As obras da Rota Bioceânica já chegaram a 30% de execução, no início de agosto. A previsão é de conclusão até o 1° semestre de 2025. A estrutura fará ligação, pelo rio Paraguai, entre a cidade de Porto Murtinho (Brasil) e Carmelo Peralta (Paraguai).

Construída pela Itaipu Paraguai, a ponte vai ter 1.294 metros e investimento de U$$ 85 milhões. Segundo o último laudo da empreiteira responsável pelas construções, no mês passado (julho), a marca era de 24,68% em nível geral, ou seja, em um mês, o avanço da obra foi de 5,32%.

Aproximadamente 450 pessoas trabalham no local, realizando diversas atividades nas duas margens do rio Paraguai, que já começa a transformar todo o seu entorno com o andamento do projeto.

A ponte é fundamental para a Rota Bioceânica, corredor rodoviário que vai promover a integração geopolítica do Brasil, reduzir custos logísticos, tempo de viagem, além de promover novos investimentos em infraestrutura para o MS.

Etapas da obra  

Atualmente, segundo o Consórcio PYBRA, quase todas as 300 estacas que fazem parte da base da nova ligação internacional já foram concluídas – nas duas margens do rio. Estes elementos de fundação têm uma profundidade variável entre 33 e 43 metros, que se inserem no maciço rochoso, com diâmetros de 1 metro, 1,5 e 2 metros, consoante a sua localização no projeto.

Além disso, já foram construídas 25 cabeceiras nas referidas estacas (19 unidades do lado paraguaio e 6 unidades do lado brasileiro), bem como a ombreira da área de obras de Carmelo Peralta, que corresponde ao viaduto de acesso, onde a construção dos pilares em módulos de alturas parciais com altura total variável.

No dia 4 de julho, o boletim do Consórcio PYBRA, apontou que, do lado paraguaio, 100% das estacas já foram firmadas, além de 96% dos blocos, 56% dos pilares e 40% da travessa. Já do lado brasileiro 92% das estacas já foram colocadas, 39% dos blocos e 6% dos pilares. 

Porto Murtinho 

O município de Porto Murtinho é a porta de entrada da Rota Bioceânica, no Brasil, e um dos que prevê grande impacto econômico e social no Estado, conforme destacou o governador de MS, Eduardo Riedel.

“Porto Murtinho é onde efetivamente está a ponte e afunila praticamente toda a relação de transporte rodoviário naquela região. Um segundo porto é licitado e recebeu investimentos vultuosos do Estado, para preparar o município para esta situação”, afirmou.

Um dos desafios, segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, é viabilizar o acesso à ponte em Porto Murtinho, o que será feito pela BR-267, assim como a questão alfandegária. “Estamos aguardando a licitação, que acreditamos que deva ocorrer em breve”, reforçou o secretário.

O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, atua para atender ao aumento do fluxo de pessoas e a demanda por serviços diversos, que podem surgir no município. “Estamos organizando a cidade, ampliando hospital, reformando e ampliando escolas. Porto Murtinho é o portal da rota, tudo que vai entrar no Brasil, tem que parar aqui”.

O prefeito também revalidou seu otimismo em relação à retomada do crescimento de Porto Murtinho. “Esse ano, vamos exportar, pelo rio Paraguai, quase dois milhões de toneladas de grãos, um reflexo do novo momento do nosso município, que se tornou um entreposto fluvial, com projeção de ter três grandes portos, graças à política de incentivos do Governo do Estado. O corredor rodoviário é fruto do trabalho dos irmãos paraguaios. Sem o asfalto (ligando a fronteira de MS com a Argentina) não teríamos a Bioceânica, isso é um fato”, finalizou o prefeito.

O impacto da Rota Bioceânica também deve beneficiar outros municípios da região e, ao longo do trajeto da rota, como Caracol, Jardim, Bonito e Bodoquena, especialmente com o turismo. 

Por – Suzi Jarde 

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