A Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) do mês de junho, realizada pela Fecomércio-MS, identificou que pelo menos 190.621 famílias não terão condições de terminar o mês com as contas em dia em Campo Grande, maior número em 12 meses. Além disso, o número de famílias com compromissos parcelados neste mês de junho foi de 61%, perante os 58,4% de maio.
Segundo o levantamento mensal, 103.825 famílias endividadas afirmam estar com contas em atraso e pelo menos 33.747 não terão condições de pagar as contas no mês. Ainda, 13,9% apontam que o nível de endividamento é considerável e 27% possuem dívidas pequenas. Uma vez mais o levantamento indicou que o principal vilão dos consumidores continua sendo o cartão de crédito (57,8%), acompanhado pelos carnês (29,1%) e pelo financiamento de casa e carro (14,9% e 14,1%, respectivamente).
De acordo com Daniela Teixeira Dias, economista do IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS), apesar do
aumento no número de endividados, o total daqueles que não terão condições de pagar suas dívidas se manteve estável na comparação com os números observados no mês de maio.
“Podemos verificar que a pandemia trouxe diversos impactos negativos sobre a vida das pessoas, entre eles o medo do contágio, demissões, suspensão de contratos de trabalho e reduções salariais. Apesar disso, nos últimos dias percebemos resultados menos piores na comparação ao mês de abril, por exemplo, uma vez que houve redução da intensidade das quedas nos faturamentos das empresas e nas demissões. Além disso, podemos notar que o índice de pessoas que declaram que não terão condições de pagar suas contas se manteve praticamente estável, em 10,8%. Assim, apesar do aumento do número de endividados e daqueles que estão com contas em atraso, ainda sim temos indicadores com resultados menos negativos”, observou, em nota enviada à imprensa.
Considerando o total da renda mensal, pelo menos 52,4% dos entrevistados afirmam que o grau de comprometimento de suas dívidas varia entre 11% e 50%. Já outros 8% apontam para um envolvimento de mais da metade dos ganhos. A economista orienta a que, nesses casos, os consumidores precisam avaliar alguns pontos importantes antes da tomada de decisões.
(Confira mais na página A7 da versão digital do jornal O Estado)