Quem está trabalhando mudou abastecimento de gasolina para o etanol para não perder clientela
Além do aumento consecutivo do combustível impactar na vida de caminhoneiros, os motoristas de aplicativos também já estão sentindo no bolso essa elevação. Isso porque ontem (19) começou a valer o quarto reajuste da gasolina, com 10,22% a mais, e o terceiro do diesel nas refinarias, de 15,18%.
De acordo com o presidente da Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul (Applic-MS), Paulo Pinheiro, existem, aproximadamente, 25 mil motoristas em Mato Grosso do Sul, sendo 10 mil em Campo Grande. Desse número boa parte está migrando da gasolina para o etanol na hora de encher o tanque, em razão da diferença de custo.
“Realmente o valor passou de R$ 5. Isso é um absurdo, sem dúvida alguma afetou muito a nossa categoria. Simplesmente 70% estão rodando no etanol. Temos ainda a situação de vários motoristas migrando para o setor de entregas no sistema delivery”, ressalta.
Além disso, a gasolina subiu junto com o desemprego da categoria, conforme avalição de Paulo. “Afetou no desemprego também, porque vários motoristas da nossa categoria infelizmente estão parando de trabalhar, e estão deixando de levar seu pão de cada dia para as suas respectivas famílias. Isso é muito triste porque deixa de aquecer a economia do nosso município”, lamenta.
Na questão da elevação da tarifa das corridas, o representante dos motoristas acredita que isso não irá acontecer de imediato, já que, segundo ele, as plataformas de transporte nunca os ajudaram. “É improvável que tenha aumento nas tarifas para a nossa população.”
Atualmente, 15% dos motoristas de MS deixaram de trabalhar com aplicativo. No entanto, o representante dos motoristas acredita que, se houver mais um aumento, o percentual vai subir para 20%.
Próximo passo A Applic-MS enfatiza que pretende tentar uma conversa sobre a atual situação com o governador do Estado, Reinaldo Azambuja.
“A ideia da Applic-MS é ter uma conversa nos próximos dias com o governador para tratar dessa pauta, pois estamos chegando a situação de desespero total”, finaliza o presidente da associação, Paulo Pinheiro.
(Texto: Izabela Cavalcanti)