Quem nunca teve problema com operadoras de telefonia e pensou em fazer portabilidade para outra? Em 11 anos, foram 531.830 mil trocas de operadora registradas em Mato Grosso do Sul. Do total, 67% (355 mil) foram feitas por usuários de telefones móveis e os 33% restantes (176 mil) de telefones fixos.
Os dados são do relatório trimestral da ABR Telecom (Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações), Entidade Administradora do serviço. No Brasil, 54,06 milhões de transferências foram realizadas no período.
Ainda de acordo com o relatório, e 23,10 mil solicitações de portabilidade numérica foram realizadas entre os meses de julho a setembro deste ano. Os usuários de telefones fixos respondem por 2,15 mil (9%) transferências e os de móveis, por 20,94 mil (91%).
Joelma Carvalho é supervisora de limpeza e há 10 anos tinha como operadora a Vivo. Ela conta que no começo não existia problema, mas que com o passar do tempo a situação foi ficando cada dia mais difícil. “Qualquer coisa que acontecia se você estava longe a internet não pegava, vinha mais de um boleto para pagar, você ligava eles não resolviam, eles ligavam cobrando. Eles ficavam ligando no número do meu marido atrás de mim e isso não era bom”, comenta.
Depois de muito conversar e tentar achar uma solução para o transtorno, Joelma resolveu fazer a portabilidade do número e optou pela Claro, há quatro meses usando o novo plano, mas mantendo o mesmo número que tinha antes ela não tem do que reclamar.
Quem também decidiu mudar de operadora há três anos, foi o auxiliar de recursos humanos, Gustavo Gimenes, de 26 anos, mas o caso dele foi diferente. Na época, ele utilizava os serviços da Tim, mas começou a sentir no bolso a quantidade de créditos que gastava ao mês para falar com seus pais que moram fora e com sua namorada, já que todos eram clientes da Vivo.
“Meu celular sempre foi pré-pago e eu acabava gastando mais com crédito por conta de todos serem de outra operadora, inclusive meus pais que moram em Rondonópolis, em Mato Grosso, por questão de economia eu optei pela portabilidade”, esclarece o auxiliar.
Hoje, com a portabilidade, Gustavo não tem problemas e adquiriu um plano que atende suas necessidades. “Com a portabilidade eu cadastrei meu celular em promoções e hoje eu consigo fazer ligação para a Vivo sem custo, eu coloco um valor de crédito e tenho whatsapp ilimitado e ligações para fixo e celular sem custo. Com isso eu acabei economizando, não preciso colocar a quantidade de crédito que eu colocava quando tinha Tim”, expõe.
Direito adquirido
A portabilidade é um direito adquirido pelo consumidor, quando o telefone começou a ser usado, a troca de operadora era proibida. Com o tempo, as pessoas insatisfeitas com o plano começaram a optar pela troca, mas o processo era muito burocrático. De acordo com o superintendente do Procon, Marcelo Salomão, o consumidor precisa ficar atento aos seus direitos.
“Esse direito já existe, o consumidor precisa entender que tem que exercer esse direto e a vantagem da portabilidade é que ele não perde o número original, manter o seu número comercial, pessoal é um direito. Nós orientamos o consumidor que se ele for fazer portabilidade e for inibido pela alguma companhia, ele deve fazer a denúncia, porque é lei”, explica.
Em Mato Grosso do Sul, as operadoras campeãs das reclamações é a Vivo e a Claro. As reclamações que nascem no Procon, 38% delas é uma informação dada errada no início da operação, pela agressividade dos comerciais, pelo fato das companhias quererem muitos clientes as informações não são bem detalhadas aos consumidores.
“Eles acham que estão comprando um pacote, mas, na verdade, ele está recebendo outro, isso é um dado muito claro no Procon, as operadoras oferecem dados de internet que elas não conseguem entregar e isso tem causado descontentamento aos consumidores, mas a grande demanda das operadoras no Procon é a cobrança abusiva e isso tem causado muitos problemas”, pontua o superintendente. (Texto: Bruna Marques)