Queda no volume movimentado neste primeiro semestre chega a 682 mil toneladas em relação a 2019
A carta de conjuntura do setor externo, elaborada pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), revelou que as dificuldades em navegabilidade por conta da seca que reduziu o nível do Rio Paraguai prejudicou as exportações de minério, que tiveram queda de 30,04% em relação ao ano passado. Com tal cenário, mineradoras que atuam na região precisaram se adaptar e, para algumas, o transporte rodoviário se tornou o melhor aliado para garantir o escoamento, mesmo que de forma mais lenta, com demora de cerca de 20 dias.
O levantamento revelou que, no primeiro semestre do ano passado, pelo menos 2,339 milhões de toneladas de minério de ferro foram comercializadas pelo Estado, que resultaram em um montante de US$ 92,219 milhões movimentados. Já neste ano, os primeiros seis meses totalizaram a exportação de apenas 1,657 milhões de toneladas e US$ 64,515 milhões.
O porto de Porto Murtinho registrou um aumento de 50,94% no movimento, passando de 230 mil toneladas em 2019 para 362 mil neste ano. O porto de Corumbá obteve uma redução de 22,04%, saindo das 2,564 milhões de toneladas transportadas nos primeiros seis meses do ano passado, para 1,973 milhões de toneladas em 2020.
Segundo Jaime Verruck, titular da Semagro, a maior dificuldade está no transporte das cargas e não nas comercializações, já que existe mercado suficiente para os produtos do Estado. “Hoje o problema é de fluxo, e não de mercado. Esse resultado está ligado ao baixo calado do Rio Paraguai. O rio está sem condições de navegabilidade devido à seca e isso tem impossibilitado o escoamento do minério pela hidrovia”, revelou.
De acordo com Luiz Dresch, gerente de terminal da Granel Química, de Ladário, com uma redução de 1,25 metro de profundidade, o trecho com mais dificuldades para o transporte no momento é o que liga o município de Porto Murtinho a Assunção, no Paraguai. “A Hidrovia Paraguai-Paraná está passando por uma estiagem nunca vista. O trecho crítico é entre Porto Murtinho e Asunção. Hoje a hidrovia está operando com 8 pés de calado [2,40 m], reduzindo a capacidade dos comboios em 30%. O calado ideal é 12 pés [3,65 m]. O terminal multimodal de Ladário, de propriedade da empresa, está com suas operações em ritmo normal, apesar da redução de calado na hidrovia”, afirmou.
(Confira mais na página A7 da versão digital do jornal O Estado)