A Eldorado Brasil vai inaugurar, ainda no primeiro trimestre de 2021, a primeira usina termoelétrica do país a gerar energia a partir da biomassa – tocos e raízes dos eucaliptos que não são usados no processo produtivo da celulose. Trata-se de uma energia limpa, de fonte renovável, produzida em Mato Grosso do Sul para alimentar o sistema elétrico brasileiro. O empreendimento representa um marco histórico no Estado, ao completar o ciclo de 100% de aproveitamento do cultivo de eucalipto, e lançar uma tecnologia inédita no Brasil com a geração de energia com esse tipo de biomassa.
No ano passado MS foi o segundo na geração de bioeletricidade no Brasil a partir de biomassa de cana, resíduos sólidos de proteína animal (esterco suíno), cavaco de madeira, entre outros. O volume gerado superou os 2 mil megawatts/hora.
O projeto da usina da Eldorado está em fase final e deve começar a operar no 1º trimestre de 2021. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Eldorado, a empresa participou de um leilão de energia da Aneel e foi vitoriosa para a implantação dessa usina. O contrato é gerenciado pela ONS que irá Divulgação Divulgação determinar quando a usina deverá estar em funcionamento.
Produção
A usina vai consumir diariamente 1.500 toneladas de biomassa, utilizando tocos de eucalipto para gerar 50 megawatts de energia elétrica.
Com investimento em torno de R$ 400 milhões, o retorno é bastante atrativo, uma vez que o insumo básico será oriundo das florestas da própria empresa. É um projeto pioneiro, em que a Eldorado Brasil lidera o processo de energia verde no país.
Entre as particularidades deste projeto, destaca-se também a sinergia dessa usina com a fábrica de celulose existente, que fornecerá água industrial, tratamento de efluentes, água desmineralizada, vapor, ar comprimido, produtos químicos, entre outros.
Biogás
De acordo com dados da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o potencial de energia gerada a partir de biogás é de até 45 milhões de metros cúbicos/dia. Isso equivaleria a aproximadamente 70% do volume médio de gás natural consumido no país em 2019, que foi de 64,6 milhões de metros cúbicos/dia, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
O setor sucroenergético seguramente é o que tem maior potencial de crescimento, principalmente por já contar com uma indústria consolidada. Hoje, de acordo com dados da Associação da Indústria da Cogeração de Energia (Cogen), o país conta com 634 usinas com 18,9 GW de capacidade instalada de cogeração de biomassas – o que corresponde a mais de 10% da matriz elétrica brasileira (170,1 GW) e equivale a 1,3 usina hidrelétrica de Itaipu (14 GW). Deste total, 62% representam a cogeração a partir do bagaço da cana-de-açúcar.
No Estado as usinas de cana também têm a maior parcela da geração de energia limpa, com mais de mil megawatts/hora obtidos somente no ano passado; em Mato Grosso do Sul, segundo a Cogen, existiam 22 UTEs de biomassa até o mês de agosto em operação.
(Texto: Rosana Siqueira)
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