Mesmo com crescimento, previsão para setor automobilístico é de “pé no chão”

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Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS

Com alta de 14% em 2023 nos emplacamentos em MS,
expectativa para este ano é de quedas na produção

Com uma alta registrada em 14% em Mato Grosso do Sul e um montante de 59.380 novos emplacamentos – entre os meses de janeiro e dezembro de 2023, o setor automobilístico, embora tenha apresentado bons números e um cenário otimista, sobretudo em novembro e dezembro, pode sofrer uma retração nas vendas neste ano. Isso porque, com a chegada de novas marcas, mais sustentáveis e econômicas, aumento da competitividade e mudança nos hábitos de consumo, as montadoras tradicionais terão mais dificuldades no mercado e deverão contar com um cenário de produção mais contido em 2024.

O gerente de vendas da Autobel Veículos, Lino Leal Lopes, 35, há 17 anos no ramo de venda de automóveis, explica que o fim de 2023 foi positivo para as vendas. Novembro e dezembro, por exemplo, obtiveram aumento de acordo com os dados, levando em conta ainda, que o segundo semestre é melhor e conta com o adicional de pagamento do 13º salário. “A gente teve um crescimento de emplacamentos que os números mostram e a gente classifica em 15%. Foi um fim de ano bem otimista, nós projetamos e colhemos os resultados”, pontuou Lopes.

Já com relação a 2024, o cenário começa mais pé no chão, como avalia o gerente a partir da projeção da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 2023 se iniciou com projeções melhores que este ano. “Em 2023 a gente iniciou o ano com a projeção de crescimento de 11%, então teve uma redução, porque está em torno de 7% [atualmente].”

Segundo Lopes, a queda na produção de carros tradicionais pode ser explicada com a maior competitividade, já que a Capital tem presenciado também a chegada de novas marcas. “Temos veículos elétricos com um crescimento gigante, como a BYD, [uma das pioneiras soluções em energia limpa e veículos elétricos no BRASIL], que chegou em Campo Grande e a gente já tem um emplacamento de 34 veículos elétricos, que estão com toda força. A indústria automotiva está bem pé no chão por causa dessas novas marcas”, revela o gerente, que ainda pontua que, hoje, pouco se tem trabalhado com fluxo de estoque, mas que cada vez mais o espaço é da produção para a venda.

MS fica acima da média

Acima da média nacional de 12% divulgada pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Mato Grosso do Sul também aparece com números positivos no emplacamento de ciclomotores, ou seja, as chamadas “cinquentinhas”. De um ano para o outro, conforme dados do Detran (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul), foi obtido um aumento de 54,76%. Em 2023, 195 novos ciclomotores passaram a circular nas vias urbanas, enquanto 2022 fechou com 126.

Atualmente a frota sul- -mato-grossense conta com 1,8 milhão de veículos, sendo a maior parte composta por automóvel 828,6 mil, motocicletas 385,1 mil, caminhonetes 205,3 mil e motonetas 129,8 mil. Nos últimos dois anos, a frota estadual aumentou 3,55%.

De acordo com levantamento feito pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no acumulado de dezembro e janeiro, foram pelo menos 761.236 novos emplacamentos em todo o Brasil. No comparativo entre dezembro de 2023 e dezembro de 2022, a variação ficou em 12,02%. Conforme projeções da Anfavea, em 2024 é esperado um volume de emplacamentos em 6,1%, que totaliza 2450 veículos, entre leves e pesados, sendo 2.304 representando 5,7% leves e 146 pesados – que representam 13,6%.

Na avaliação da diretora de veículos do Detran-MS, Priscila Rezende, a alta nos emplacamentos deve-se a uma série de fatores, entre eles o bom momento econômico que Mato Grosso do Sul vive.

Por Julisandy Ferreira.

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